Depois de 70 anos explorando o espaço, o homem está prestes a inaugurar uma nova era nos voos orbitais e mesmo para outros planetas. Esse cenário nem de longe lembra o que pregou a ficção científica há várias décadas: não veremos supernaves indo à Marte ou outros sistemas solares nem mesmo voos comerciais para alguma colônia instalada na Lua.
Mas a realidade também não é tão decepcionante como se fazia crer há alguns anos quando o acidente da Columbia precipitou o fim das missões do ônibus espacial, sem dúvida, o veículo orbital mais em linha com o imaginário popular.
O século atual, em vez disso, deve ser marcado por projetos mais racionais, que envolvem a participação da iniciativa privada como nunca ocorreu. Mas também um protagonismo de antigos ‘coadjuvantes’ como a China e a Europa.
Em vez de gigantes, pequenos veículos, no lugar de naves ousadas, cápsulas semelhantes às do projeto Apollo, porém, com tecnologia mais avançada. Em comum, esses programas têm o custo mais baixo além de maior agilidade nas decisões.
Se dará certo? Ainda é cedo para saber e as dificuldades encontradas nesse início mostram que será preciso muita imaginação e pesquisas para que as próximas décadas voltem a colocar a exploração espacial como a grande aventura humana.
Confira os principais projetos em andamento hoje.
New Shepard (Blue Origin)
A empresa Blue Origin pertence a ninguém menos que Jeef Bezos, o fundador da Amazon. Sua nave é a ‘New Shepard’, em homenagem ao astronauta Alan Shepard, o primeiro americano a ir ao espaço. Em abril, a nave foi lançada num teste não tripulado e atingiu 93,6 mil metros, ou seja, um voo suborbital. A cápsula onde ficará a tripulação foi recuperada com sucesso, mas o estágio de propulsão acabou falhando ao retornar à Terra. Quando estiver operacional, a New Shepard fará voos comerciais e também de turismo, decolando e pousando na vertical.
SpaceShipTwo (Virgin e Scaled)
Um dos projetos pioneiros do origem privada, a nave SpaceShipTwo foi desenvolvida pela californiana Scaled Composites, empresa criada por Paul Allen e Burt Rutan, projetista conhecido por alguns emblemáticos aviões fabricados de material composto. A Virgin Galactic, um braço da gigante britânica comandada pelo conhecido empresário Richard Branson, é a primeira cliente da espaçonave, tendo encomendado cinco unidades com objetivo de levar turistas ao espaço. No ano passado, no entanto, um protótipo acabou se acidentando no deserto de Mojave.
Orion (NASA)
Após o fim da era dos ônibus espaciais, a NASA decidiu voltar às origens. Os problemas com o revestimento em cerâmica do ‘Space Shuttle’ que levava meses para ser refeito (além dos dois acidentes fatais), fizeram o novo projeto da agência ressuscitar o mesmo dueto lançador+cápsula do início dos voos americanos. A Orion é uma espécie de reedição da Apolo, com espaço interno amplo e sistemas modernos. O foguete que levará a nave ao espaço lembra o sistema do ônibus, com um módulo central com combustível líquido, e dois foguetes laterais com combustível sólido.
O primeiro voo de teste foi realizado com sucesso no ano passado, mas sem tripulantes. A próxima missão, no entanto, deve ocorrer em 2018. O conjunto atenderá não só os lançamentos estratégicos dos Estados Unidos como levará mantimentos e pessoal para a ISS, a estação espacial internacional, mas a grande missão é chegar até Marte até 2030.
Dragon e Dragon V2 (SpaceX)
A SpaceX já faz parte da história espacial. A empresa fundada por Elon Musk, também conhecido por ser dono da marca de carros elétricos Tesla e uma espécie de herdeiro ideológico de Steve Jobs, é a mais promissora iniciativa particular em matéria de voos espaciais. Com a nave não-tripulada Dragon, a SpaceX realizou a primeira órbita no espaço em 2010 e também o primeiro voo privado até a estação espacial em maio de 2012.
Agora, a SpaceX desenvolve a Dragon V2, que tem tudo para ser a primeira nave tripulada a realizar missões em órbitas mais altas, levando até sete astronautas ao espaço. A primeira missão deve ocorrer em 2017.
Dream Chaser (SpaceDev)
Talvez um dos que mais lembram o ‘space shuttle’, o Dream Chaser é uma nave recuperável com capacidade para até seis tripulantes. Assim como o ônibus espacial, ele decola na vertical e pousa como um planador, mas é bem menor que seu inspirador.
Assim como o Dragon, o Chaser também poderá levar astronautas até a ISS, mas terá uma versão ‘civil’ voltada para o turismo espacial em voos suborbitais. O primeiro lançamento não tripulado deve ocorrer em novembro de 2016 e uma missão com astronautas, um ano depois caso tudo dê certo.
Lynx (XCor)
Mais um avião espacial, o Lynx é um dos projetos mais atrasados. O primeiro protótipo toma forma num hangar em Mojave, na Califórnia, mas não há uma previsão clara sobre o primeiro voo. Assim como outros projetos privados, o Lynx terá versões a serviço da NASA e também para turismo espacial. As ‘passagens’ já estão a venda por preços em torno de 150 mil dólares.
O Lynx decola com ajuda de um foguete e retorna à Terra como um avião. Aliás, ele lembra demais um jatinho executivo.
X-37B (Boeing)
Em paralelo aos projetos civis de espaçonave, a Boeing e a força aérea dos Estados Unidos (USAF) têm ido em frente com um programa de lançamentos de um aparelho não tripulado, o X-37B, também chamado de OTV (Orbital Test Vehicle).
Com dimensões reduzidas (8,8 metros de comprimento), o X-37B é lançado dentro de um foguete Atlas V. Ao final da missão, ele pousa como o ônibus espacial. Foram quatro missões até o momento, das quais pouco se sabe. A mais recente, por exemplo, foi ao espaço em maio deste ano e lá o X-37B continua, numa missão que pode durar cerca de 200 dias.
Uma nova versão, X-37C, é planejada pela Boeing, com dimensões ampliadas para acomodar astronautas.
Outros países
A exploração espacial ganhará também mais espaçonaves não americanas. A China, por exemplo, avançou muito em seu programa espacial a ponto de desenvolver sua própria estacão orbital e a usar a Shenzhou, ‘prima’ da nave russa Soyuz nas missões ao espaço.
Agora, a China planeja ter uma versão maior da pequena nave não tripulada Shenlong, que foi testada há alguns anos. Ela será levada ao espaço pelo imenso foguete LM-5, também conhecido como Long March ou Changzheng 5.
A Rússia, que herdou o formidável programa espacial soviético, também busca uma solução moderna para substituir a clássica Soyuz. Um dos projetos em vista é o Kliper, um pequeno táxi espacial capaz de levar meia dúzia de astronautas e que deve ter uma versão de carga também. Não há detalhes sobre o andamento do programa, contudo.
A ESA, a agência espacial europeia, há muitos anos planeja levar pessoas ao espaço, mas até hoje a iniciativa foi infrutífera. Ao contrário de outros projetos, os europeus agora testam uma nave não tripulada recuperável, a IXV (Intermediate eXperimental Vehicle). Com apenas 5 metros de comprimento, ele fez seu primeiro voo neste ano e deve dar origem a um veículo maior, capaz de lançar cargas no espaço de forma autônoma e voltar a superfície como um avião.
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É importante que se mostre essas notícias para as pessoas , para que cada vez mais elas se interessem pela ciência e tecnologia, e assim possamos evoluir cada vez mais .
só eu acheo o New Shepard um penis voador?