A companhia aérea Somon Air, do Tajiquistão, desistiu de alugar um 737 MAX. A empresa da Ásia Central afirma que tomou essa decisão por conta das incertezas sobre a retorno da aeronave ao mercado e a confiança abalada do público em relação ao avião da Boeing, que está proibido de voar no mundo todo desde março.
“O MAX foi suspenso”, disse Thomas Hallam, diretor-presidente da Somon Air, à revista Forbes, referindo-se a um contrato que previa o aluguel de um 737 MAX 8 da Air Lease Corporation (ALC), assinado no início deste ano.
Como a unidade em questão foi comprada por uma empresa de leasing, o cancelamento do aluguel pela companhia no Tajiquistão não afetará a carteira de pedidos da Boeing, que ainda mantém mais de 5.000 pedidos pelo 737 MAX.
Essa situação, porém, demonstra a diminuição da confiança dos operadores no MAX, que no período de cinco meses registrou dois acidentes que causaram 346 mortes e levaram a paralisação mundial da aeronave. A Boeing ainda está trabalhando para corrigir os problemas no design do avião e no sistema de controle de voo MCAS, apontados como responsáveis pelos acidentes recentes com aparelhos das companhias Lion Air e Ethiopian Airlines.
Outras empresas que cancelaram seus pedidos de 737 MAX são a Garuda Indonesia e a Azerbaijan Airlines.
O presidente da Somon Air disse que acredita na retomada do 737 MAX e que todos os problemas da aeronave serão solucionados pela Boeing. Hallam, contudo, afirmou que os altos executivos da companhia manifestaram preocupações sobre o avião. “Houve uma ordem do conselho de administração para cancelar o pedido”, confirmou o diretor-presidente da empresa.
“Eu não estou disposto a ir adiante (com o MAX) até que a aeronave esteja de volta em operação, até que haja alguma experiência, além da minha própria experiência pessoal, que possa ser convincente para as pessoas (no Tajiquistão)”, disse Hallam.
A Somon Air é a maior companhia aérea do Tajiquistão. A empresa opera atualmente um frota composta por dois 737-800, dois 737-900ER e mais dois 737-300. O plano da companhia previa a substituição gradual dessas aeronaves pelos novos modelos MAX nos próximos anos, usando o jato reformulado para ampliar seu alcance em mercados no Extremo Oriente e na Europa Ocidental.
Hallam apontou que a preferência da companhia agora é converter o contrato com a ALC para um 737-800 adicional, embora a disponibilidade limitada da aeronave no mercado seja um entrave. O presidente da companhia asiática ainda descartou a possibilidade de voar com jatos da Airbus, ressaltando que “operar um A320 e um 737 lado a lado em uma companhia aérea com apenas seis aviões não funciona”.
Veja mais: Boeing entrega último jato comercial da série 737 NG