Um dos pilares da estratégia chinesa de contar com uma linha de aeronaves comerciais própria, o turboélice comercial MA700 está com o futuro ameaçado, segundo a Flight Global.
A aeronave desenvolvida pela AVIC é afetada por enormes atrasos em seu cronograma, a despeito de o primeiro protótipo ter sido apresentado quase completo no ano passado.
O programa encontra-se num impasse desde que o governo canadense impediu que a Pratt & Whitney Canada fornecesse os motores PW150C, fruto de um acordo com a AVIC.
O Global Affairs Canada, departamento de relações internacionais do governo de Ottawa, proibiu o contrato de US$ 3 bilhões com a China por conta das suspeitas de espionagem e uso dos motores para fins militares.
A P&WC chegou a enviar quatro motores para a AVIC, mas a falta de perspectiva de fornecimento regular colocou o projeto em compasso de espera, segundo a Flight Global.
Turboélice com fly-by-wire
O MA700 ostenta uma aparência bastante semelhante ao ATR, aeronave ocidental de maior sucesso no mercado regional de turboélices. Mas o avião da AVIC é maior, capaz de transportar até 86 passageiros contra 72 assentos do ATR 72-600.
São 30 metros de comprimento e 28 metros de envergadura enquanto o avião franco-italiano possui 27 metros de comprimento e 27 metros de envergadura.
Por conta disso, a potência do motor PW150C, de 5.000 shp, é imprescíndivel. Mas, ao contrário do jato C919, que tem um motor turbofan em desenvolvimento na China, a AVIC não possui alternativa doméstica de curto prazo.
A Rússia, parceira da China em vários programas como o do widebody CR929, possui um motor turboélice em testes, o TV7, da Klimov. Porém, foi justamente ele que pegou fogo no protótipo do avião de transporte militar Il-112V e está passando por uma revisão de projeto a fim de identificar possíveis falhas.
Trata-se de uma frustração por conta do potencial do MA700, que prometia ser o primeiro turboélice regional equipado com controles fly-by-wire.
Um dos maiores mercados de aviação comercial do mundo, a China deve precisar de 8.700 novos aviões até 2040, segundo estimativa da Boeing.
Não há, no entanto, uma previsão a respeito de aeronaves turboélices no estudo da empresa, mas é certo que a demanda é bastante significativa. E que por um bom tempo não poderá ser atendida por uma aeronave produzida no país.
Se existe maior incentivo a capacidade inventiva de um país, é a chantagem.
O medo ocidental é de que os equipamentos chineses e russos possam ser superiores e melhores que os seus.
A desculpa então é acusá-los de colaborar com governos ditatoriais que comentam crimes contra a humanidade, enquanto eles sentam em seus rabos, cometem eles próprios os piores crimes, apoiam governos demagogos, formam e adestram os piores grupos terroristas.
Mas, enquanto sua industria de alta tecnologia perde para os russos e chineses, que ainda não atingiram a plenitude da capacidade tecnológica, e vêem cada dia novos produtos, que ameaçam o duopólio euro-estadunidense, nada mais prático do que boicotar a industria sino-russa onde eles mais deficientes se encontram.
Enquanto lançam normas para “proteção ambiental” que seus engenheiros dizem ter, economia de combustível, redução de emissão do tal carbono, niveis de barulho menor etc., impondo restrições que efetaram os concorrentes orientais, que pelo bom senso, não encontraram a pedra filosofal das utópias tecnológicas que a seita ONU manda impor, nada mais válido que impedir, sobre pretextos esdrúxulos, que os concorrentes invadam o mercado ocidental com seus produtos.