A fabricante franco-italiana ATR anunciou nesta quarta-feira (18) os planos sobre o ATR Evo, uma variante com motorização híbrida-elétrica de sua tradicional família de aviões turboélices. De acordo com a empresa, a estreia comercial da aeronave de nova geração é prevista para 2030.
Os acionistas da ATR, os grupos Airbus e Leonardo, já aprovaram o início dos estudos de viabilidade da aeronave, abrindo caminho para o lançamento do programa em 2023. Como parte desse processo, a fabricante também emitiu um pedido de informações aos principais fornecedores de motores.
Além da motorização híbrida-elétrica, a ATR afirma que o Evo incorporará mais uma série de novidades, tais como hélices de oito pás, cabine de comando atualizada, melhorias nos sistemas da aeronave, um novo design mais aerodinâmico e motores turboélices compatíveis com 100% de SAF (Combustível Sustentável de Aviação). Como resultado, a fabricante diz que o novo avião reduzirá em 20% o consumo de combustível comparado aos modelos do portfólio atual da empresa.
“Nossa próxima geração de aeronaves será um passo à frente no voo responsável por meio de inovações incrementais adicionais. Quando entrar no mercado, o novo ATR Evo abrirá caminho para um futuro descarbonizado para a aviação. Os principais benefícios incluem uma melhoria geral de combustível de 20% e 100% de compatibilidade com SAF. Isso significa que a aeronave emitirá 50% menos CO2 do que um jato regional quando movido a querosene. Ao usar 100% SAF, suas emissões serão próximas de zero”, disse Stefano Bortoli, CEO da ATR.
Como explicou o vice-presidente sênior de engenharia da ATR, Stephane Viala, o novo modelo usará baterias e motores elétricos para complementar a atuação dos propulsores turboélices convencionais durante as fases de decolagem e subida até a altitude de cruzeiro.
“O ATR Evo apresentará desempenho aprimorado em termos de tempo para subir e uma cabine aprimorada, com maior uso de materiais mais leves de origem biológica. A reciclabilidade também estará no centro do nosso novo design”, acrescentou Viala.
Sobre as aplicações comercial do Evo, Fabrice Vautier, vice-presidente comercial da ATR, ressaltou que o consumo de combustível reduzido abre novas oportunidades para companhias aéreas que escolherem o novo produto.
“Isso significa que as companhias aéreas podem atender rotas estreitas de forma mais lucrativa e as comunidades podem se beneficiar de mais conectividade, mais serviços essenciais e mais desenvolvimento econômico. Nosso objetivo é continuar oferecendo aos clientes e à sociedade um transporte aéreo cada vez mais inclusivo e responsável, concluiu Vautier.