A fabricante franco-italiana ATR planeja reduzir em mais de 50% a produção de aeronaves e vai demitir 204 funcionários nos próximos meses em resposta aos percalços comerciais relacionados a pandemia da Covid-19, informou a companhia nesta quinta-feira, 2 de julho.
A empresa, controlada pelos grupos Airbus e Leonardo, entregou 67 aeronaves em 2019 e agora espera entregar entre 30 e 35 aviões este ano. O catálogo da ATR tem dois produtos, os turboélices ATR 42 e ATR 72, conhecidos no Brasil por voarem com as cores da Azul, além da VoePass (ex-Passaredo) e MAP Linhas Aéreas.
“A indústria da aviação, juntamente com muitas outras indústrias, está enfrentando a crise econômica mais significativa que já experimentamos”, disse o executivo-chefe da ATR, Stefano Bortoli. “A ATR deve agora adotar essas medidas para se ajustar aos desafios esmagadores que enfrentamos para garantir que estamos prontos para adaptar nossas competências ao novo futuro da aviação regional, mantendo todos os compromissos com nossos clientes, dando suporte à frota em todo o mundo e buscando o desenvolvimento de produtos que possam abrir novos mercados, como o modelo de decolagem e aterrissagem curta ATR 42-600S e o cargueiro ATR 72-600F.”
O diretor da ATR acrescentou que a aviação regional de curta distância se recuperará, mas que as restrições de viagens aliada ao medo natural de as pessoas voltarem a voar e a incerteza sobre as perspectivas de uma vacina contra o novo coronavírus significarão um retorno lento aos níveis de 2019.
“Enquanto isso, faremos todos os esforços para apoiar os membros da equipe ATR e garantir que, sempre que possível, a redução de nossa força de trabalho seja voluntária”, disse Bortoli.
A ATR domina o mercado de aviões turboélices comerciais de 50 a 70 assentos, com cerca de 80% de participação. Esse segmento, porém, é um dos mais afetados pela crise do coronavírus, que praticamente anulou a demanda de transporte na aviação regional.
O valor do petróleo em queda nesse período também atrapalha o mercado dos turboélices, aeronaves que são mais competitivas quando os preços dos combustíveis estão altos, pois são mais eficientes que jatos em rotas curtas.
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