A EASA (Agência de Segurança na Aviação da União Europeia) emitiu uma no Diretiva de Aeronavegabilidade para aeronaves turboélices ATR em 10 de janeiro em que determina a redução de tempo de inspeções em dois equipamentos, o Regulador de Pressão e a Válvula de Fechamento (PRSOV), ambos ligados ao sistema de degelo.
Segundo a autoridade, os intervalos de checagem ocorrerão entre 650 e 1050 horas de voo, dependendo da versão, segundo recomendação da fabricante.
A razão para a mudança envolve a “condição de falha latente”, que associada à presença de gelo, “poderia resultar em perda de controle do avião.”
A nova diretiva entrará em vigor a partir de 24 de janeiro e inclui três grupos de aeronaves.
No primeiro grupo estão todos os modelos ATR 42-200, ATR 42-300 e ATR 42-320 em atividade e cujo intervalo passou a ser de 650 horas.
Já no segundo estão as variantes ATR 42-400, ATR 42-500 e o ATR 72 que não passaram por uma modificação feita pela fabricante. Nesse caso, o intervalo passará a ser de 700 horas.
As mesmas aeronaves do grupo dois mas que receberam a atualização terão intervalos mais longos de inspeção, de 1.050 horas.
Acidente com ATR 72-500 em agosto no Brasil
A Diretiva de Aeronavegabilidade não cita, mas a mudança proposta pode ser uma reação ao acidente com um ATR 72-500 da VoePass em 9 de agosto de 2024 no Brasil.
A aeronave de registro PS-VPB fazia um voo entre as cidades de Cascavel e São Paulo quando perdeu o controle durante a aproximação quando sobrevoava a região de Vinhedo (SP).
O ATR 72 entrou em parafuso chato e caiu sobre uma área residencial, vitimando os 62 ocupantes.
As condições meteorológicas no momento eram de formação de gelo onde o avião voava. Um documento preliminar do Cenipa revelou que equipamentos de degelo do ATR 72 falharam durante o voo. O relatório final com as causas do acidente ainda não tem data para ser publicado.