Avanço do coronavírus faz clientes da Embraer adiarem recebimento de aeronaves

Presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial afirmou que atrasos serão pontuais e não devem afetar o resultado de entregas da fabricante ao longo do ano
Com destino incerto, introdução do E175-E2 depende da mudança das regras da aviação regional dos EUA (Embraer)
A Embraer tem mais de 330 aeronaves encomendadas, entre modelos das série E1 e E2 (Embraer)

Os negócios da Embraer estão começando a sentir os efeitos da epidemia de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Em entrevista ao AIN Online, o presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial, John Slattery, confirmou que a fabricante recebeu pedidos de clientes para adiar a entrega de aeronaves.

“Tivemos alguns pedidos de adiamento relativamente a curto prazo. Estamos falando de um atraso de algumas semanas ou um mês”, disse Slattery. “É claro que estamos atendendo a essas solicitações sempre que possível”, acrescentou. Em contato com o Airway, a Embraer afirmou que as entregas de aeronaves não serão afetadas ao longo do ano.

O executivo também relatou ao portal norte-americano que a preocupação com o coronavírus é um dos dois fatores que afetam as vendas da Embraer. O segundo ponto é a investigação antitruste da União Europeia sobre a venda de 80% do controle da divisão de aviação comercial da fabricante brasileira para a Boeing.

“O ambiente para a venda de aeronaves agora está ficando cada vez mais complicado, porque as companhias aéreas querem ter visibilidade da Embraer, obtendo sua aprovação antitruste e clareza finais na joint venture”, afirmou Slattery. “Eles querem conhecer o perfil da empresa.”

A investigação da UE sobre a joint venture da Embraer com a Boeing está em seu oitavo mês. A revisão já foi interrompida duas vezes e a decisão final deve ser divulgada em 23 de junho. Até o final do ano passado, a comissão europeia que analisa o acordo havia solicitado mais de 1,5 milhão de páginas de documentação e dados sobre as vendas das duas fabricantes nos últimos 20 anos.

“Tenho otimismo e confiança em igual medida de que a decisão correta será tomada, que será uma convergência com todas as outras aprovações antitruste que foram obtidas incondicionalmente em todo o mundo”, disse Slattery.

A parceria Boeing-Embraer já foi aprovada por autoridades de concorrência de oito países, incluindo EUA, China e Brasil, que autorizou a conclusão do acordo no final de janeiro após análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).

Veja mais: Funcionário da Boeing em Everett testa positivo para coronavírus

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