Em 2016, a aviação comercial brasileira voltou no tempo. Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), o mercado doméstico encolheu 5,5% no ano passado, o que representa uma perda de 7 milhões de passageiros. De acordo com a ABEAR, que reúne as quatro principais companhias aéreas do país (Avianca, Azul, Gol e Latam), a demanda por esse tipo de transporte e o volume de passageiros transportados já contabiliza 17 meses de retração.
“Esses resultados são reflexo direto da crise econômica no país, de uma postura de cautela com os gastos por parte do consumidor comum e do recuo das atividades das empresas”, explicou Eduardo Sanovicz, presidente da ABEAR, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (26). “Isso reforça a urgência da implantação da agenda de correção de distorções do setor e de retomada do crescimento. É preciso avançar com a diminuição dos custos do setor: a revisão da precificação do combustível de aviação e a tributação do ICMS nos voos domésticos”, acrescentou.
Segundo Sanovicz, nos últimos quatro meses o mercado entrou em processo de “pouso suave”, reduzindo a velocidade da queda. Mas isso não se deu pelo aumento de passageiros, mas sim por ajustes na oferta. “As companhias aéreas brasileiras devolveram mais de 50 aeronaves em 2016. Isso é quase 10% da frota que estava disponível no país. Ao voar com aviões mais cheios, a oferta de assentos é reduzida”, contou.
Com os ajustes na frota, o fator de aproveitamento dos voos (relação entre oferta e demanda) teve alta de apenas 0,23%, fechando o ano em 80,14% de ocupação (de assentos nas aeronaves). “Se o mesmo número de aeronaves fosse mantido, a perda seria superior a 20%. Seria um desastre”, afirmou o presidente da ABEAR.
No período de janeiro a dezembro de 2016, na comparação com o mesmo intervalo de 2015, a aviação doméstica brasileira registrou retração na demanda de 5,47%, diminuição na oferta de 5,74% e um total de viagens 7,45% mais baixo. De acordo com a ABEAR, as quatro principais companhias do Brasil transportaram 87,6 milhões de passageiros no mercado doméstico no ano passado, menor volume desde 2012.
“Temos a possibilidade de notícias melhores, tanto pela retomada da economia brasileira como pela implementação de mudanças no setor. Mas ainda são apenas sensações. Esse primeiro mês, por exemplo, não será bom”, adiantou Sanovicz.
O presidente da ABEAR ainda afirmou é “imprescindível” que o congresso brasileiro aprove o novo conjunto de regras de direitos e deveres de companhias aéreas e passageiros, o que, na visão da associação, alinhará a realidade do mercado brasileiro ao restante do mundo, atraindo investimentos e possibilitando a oferta de passagens aéreas mais baratas.
Companhias no mercado doméstico em 2016
A Gol foi a companhia que mais transportou passageiros no mercado doméstico. Ao todo, a empresa embarcou 30.274.074 ocupantes no ano passado, o que representa 36,25% do mercado. Em seguida ficou a Latam, com 35,01% de participação, à frente de Azul, com 17,19%, e Avianca, que deteve 11,55%.
Das quatro empresas, a Avianca foi única que teve aumento no volume de passageiros em relação a 2015, com alta de 14,45% – a empresa transportou 9.203.011 passageiros no ano passado. Já a Gol, apesar de liderar o mercado doméstico, sofreu a maior diminuição do setor, de 13,63% – uma perda de quase 5 milhões de passageiros. Já a Latam e Azul caíram 8,66% e 3,55%, pela ordem.
Mercado internacional
Para o transporte internacional de passageiros, o consolidado dos últimos 12 meses de 2016 registrou retração da oferta de 3,09%, para uma demanda 0,21% inferior. Já o aproveitamento dos voos foi 2,42% melhor, com ocupação de 83,78%. Já o volume de viagens teve crescimento de 2,54%, chegando a um total próximo de 7,5 milhões de passageiros embarcados no ano.
Em valores absolutos, as estatísticas de oferta e demanda em 2016 são inferiores apenas aos totais de 2015. Já o volume de passageiros internacionais transportados pelas companhias associadas é o melhor de toda a série.
Segundo o presidente da ABEAR, o resultado positivo das empresas brasileiras no mercado de voos internacionais se deu por conta da diminuição de empresas estrangeiras no Brasil.
No mercado internacional, a Latam liderou o ano passado com 78,90% de participação, transportando 5.105.371 passageiros. A Gol aparece na segunda colocação, com 11,78%, mas foi a única empresa a perder passageiros internacionais, com diminuição de 5,79% em relação ao resultado de 2015. Em seguida vem a Azul, com 9,22%, e Avianca, com 0,10%.
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Mas é ca-la-ro! Quem viaja sem emprego? Quem viaja com a passagem e estadia custando o dobro ou triplo?
É só parar de meter a mão no bolso do consumidor que aumenta o número de passageiros.A passagem é taxada pelo dólar,mas qdo o mesmo cai na cotação o.preço é reajustado.Assim não dá! !!