A capacidade de transporte da aviação comercial mundial já perdeu mais de 41 milhões de assentos desde que o Boeing 737 MAX foi aterrado, em março. É o que aponta a análise da consultoria OAG, que comparou a disponibilidade da aeronave em fevereiro, quando ainda podia voar, com o cronograma dos operadores do jato estimado para este mês.
A China Southern é a companhia mais prejudicada com a paralisação da aeronave da Boeing até o momento, com uma perda de 3,6 milhões de assentos. Em seguida aparece a Air Canada, que perdeu 3,2 milhões de assentos, e a Southwest Airlines, quase 3 milhões. Levando em consideração apenas operadores do MAX na América do Norte, cerca de 11 milhões de assentos foram perdidos em comparação com os horários registrados em fevereiro.
“O aterramento do 737 MAX continua e os danos comerciais para as companhias aéreas parecem estar aumentando, já que a perda de capacidade está no auge durante o pico da temporada de verão (no hemisfério norte) para muitas operadoras”, disse John Grant, analista sênior da OAG.
A OAG também apontou dados referentes a Gol, única operadora do 737 MAX no Brasil. Segundo a consultoria, a companhia perdeu 428.358 assentos desde a paralisação da aeronave. A empresa tem atualmente sete jatos aterrados.
Calculando o prejuízo
Usando como referência o valor de US$ 100 para cada assento do 737 MAX, a consultoria estima que o impacto da capacidade perdida pode chegar a US$ 4,1 bilhões. Isso, porém, supondo que a aeronave seja reintroduzida no mercado até novembro, o que parece cada vez mais improvável de acontecer.
Ao todo, 387 jatos 737 MAX (modelos MAX 8 e MAX 9) de 43 companhias estão parados no mundo todo. A ordem de aterramento foi lançada após o acidente fatal com um aparelho da companhia Ethiopian Airlines, em março, o segundo em menos de seis meses.
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Acredito que as perdas diretas sejam substancialmente mais elevadas. USD $100 é um valor manifestamente baixo, especialmente tendo em consideração que o alcance de voo do MAX é superior aos seus irmãoes mais velhos.
Por outro lado, não são consideradas as perdas resultantes de perda de competitividade e posicionamneto de mercado das companhias não apenas face aos seus concorrentes, como também face aos planos de expansão, pelo que seguramente as perdas serão substancialmente maiores que o anunciado.
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