Startup norte-americana desenvolvedora de aviões autônomos, a Xwing afirma ter concluído sua primeira “demonstração porta a porta totalmente autônoma” com uma aeronave comercial de carga. O modelo modificado pela empresa é um Cessna Grand Caravan 208B.
Ao mencionar o termo “porta a porta”, a Xwing indica que a aeronave deixou o portão de embarque, taxiou, decolou, aterrissou e retornou ao portão de desembarque. A grande diferença é que o avião executou todas essas fases inteiramente por conta própria.
De acordo com a empresa, o teste com o Caravan autônomo ocorreu em fevereiro de 2021. Na ocasião, o avião decolou e retornou ao aeroporto de Concord, na Califórnia. Por segurança, um piloto acompanhou o teste de voo.
“Durante o ano passado, nossa equipe fez avanços significativos na extensão e no refinamento de nosso sistema AutoFlight para integrar perfeitamente taxiamento terrestre, decolagens, pousos e operações de voo, tudo supervisionado de nosso centro de controle de missão por meio de links de dados redundantes”, disse Marc Piette, diretor executivo da Xwing.
A startup fundada em 2016 e que até pouco tempo operou longe dos holofotes tem permissão da FAA (a agência de aviação civil dos EUA) para operar serviços de fretamentos não programados sob demanda para transporte aéreo de carga com o Caravan autônomo.
A Xwing é um dos diversos nomes envolvidos em projetos de aviões autônomos, que também tem a participação de pesos-pesados da indústria, como Airbus e Boeing. Embora várias empresas já tenham provado que a tecnologia funciona, os reguladores ainda têm certo receio em certificar esses sistemas. Outro desafio é convencer o público de que viajar em aviões sem pilotos é seguro.
Com esses obstáculos pelo caminho, a Xwing acredita que a implementação de aeronaves autônomas deve começar primeiramente no transporte aéreo de cargas e em trechos relativamente curtos, de até 800 km.
A empresa diz que o sistema de controle autônomo pode triplicar o ritmo de utilização das aeronaves, além de reduzir os custos operacionais em 30%. É uma forma mais polida de dizer que aviões robotizados não precisam de descanso ou salários…