No final de maio, o britânico Tim Clark, presidente da Emirates Airline, concedeu uma entrevista para a revista Airlines, da IATA, durante a assembleia geral da associação de empresas aéreas.
Como é comum, o executivo não teve papas na língua e apontou o que considera vários problemas na aviação comercial, entre elas o foco de Boeing e Airbus em jatos de fuselagem estreita.
Para Clark, as fabricantes já deveriam ter iniciado estudos para novos widebodies mais eficientes e ecológicos.
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“Em 2050, teremos apenas o A350 e o B777[X]. Vamos supor que sejam necessários cerca de 15 anos para desenvolver uma aeronave – e na verdade, o novo B777 será mais longo do que isso. Não teremos uma nova aeronave antes de de 2040”, explicou ele.
Aeronave com 1.500 assentos
Dona de uma frota de 116 Airbus A380, o maior jato comercial da história, a Emirates decidiu investir ela própria na atualização da aeronave para mantê-la em condições operacionais até pelo menos 2041.
No entanto, a aposentadoria do gigante de dois andares incomoda Tim Clark. “Estou preocupado sobre como iremos gerenciar nossa rede quando nossos A380 se tornarem obsoletos. Nós voamos com eles com uma taxa de ocupação de 85% e a demanda está aumentando”, disse.
A solução, segundo ele? Uma aeronave com 1.500 assentos seria a lógica, imagina o britânico.
A previsão é certamente incômoda já que a Emirates voa atualmente com seus A380 em uma configuração de quatro classes com 484 assentos – há outras configurações de cabines, uma delas com 615 assentos, mas que estão sendo substituídas.
Portanto, o presidente da empresa aérea sediada em Dubai crê que a demanda de passageiros deverá triplicar nos próximos 15 anos, aproximadamente.
Até aqui, no entanto, o cenário é desanimador. Não há qualquer plano atualmente para uma aeronave comercial tão grande ou mesmo do tamanho do A380 e que seja ecologicamente aceitável.
Sem uma aeronave eficiente e de grande capacidade, Clark projeta preços de passagens mais altos, diante da oferta incapaz de acompanhar a demanda crescente.
“Ou projetamos aeronaves, motores, aeroportos e espaço aéreo que atendam à demanda de maneira ambientalmente responsável. E começamos a fazer isso hoje” prevê.
