Avião da Air France é alvo de protesto do Greenpeace

Greenpeace acusa o governo francês de “maquiar” dados ambientais para criar uma imagem positiva diante da opinião pública
Protesto do Greenpeace
Avião da Air France é alvo de “greenwashing” do Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, em 2021 (Greenpeace)

Na manhã desta sexta-feira (5), ativistas do Greenpeace invadiram o aeroporto Charles de Gaulle em Paris e pintaram com tinta verde um Boeing 777 da companhia Air France em protesto contra o governo francês.

O grupo ambientalista acusa Paris de praticar “greenwashing” (banho verde, em tradução livre), uma forma de “maquiar” dados ambientais com ações de marketing e relações públicas com objetivo de criar uma imagem positiva diante da opinião pública, ocultando ou desviando a atenção de impactos ecológicos negativos.

A manifestação no maior aeroporto da França ocorre dias antes do início dos debates parlamentares sobre o projeto de lei “Clima e Resiliência”, que pretende estabelecer uma série de metas para redução das emissões de gases poluentes e proteção ambiental.

Em nota, o Greenpeace afirma que as ações propostas no plano do governo francês “não serão suficientes para conter a crise climática” e que a “regulação e redução do tráfego aéreo são essenciais” para conter os impactos ambientais.

Entre suas reinvindicações, o grupo pede a eliminação de voos curtos e o desenvolvimento imediato de alternativas ferroviárias para reduzir os níveis de emissões poluentes.

“Não somos contra as inovações tecnológicas, ao contrário do que alguns tentam fazer crer. Estamos simplesmente dizendo que elas não serão suficientes para resolver a crise climática. Algumas soluções falsas até representam um risco adicional para o clima”, cita o comunicado do Greenpeace.

As “soluções falsas” mencionadas pelo grupo é uma crítica ao que eles chamam de “aviões verdes” movidos por biocombustíveis, combustíveis sintéticos, hidrogênio e até eletricidade. De acordo com o Greenpeace, essas tecnologias não podem ser anunciadas como “soluções milagrosas” pois cada uma delas vêm acompanhadas de diferentes danos ao meio ambiente.

“Seja qual for o avião ‘verde’ que nos seja oferecido, ele não fornecerá uma solução milagrosa para absorver o volume e o crescimento do tráfego aéreo que experimentamos antes da crise da Covid, devido às questões de disponibilidade de recursos (terra, biomassa, eletricidade renovável, etc.) e competição com outros usos e setores”, finaliza a nota do Greenpeace.

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