Avião de “zero emissão” vai cruzar o Atlântico em junho

Protótipo ‘Eraole’ vai realizar a travessia oceânica com energia solar e biocombutível de alga
O voo transatlântico do 'Eraole' vai durar cerca de 60 horas, calculam os projetistas (Laboratoire Océan Vital)
O voo transatlântico do ‘Eraole’ vai durar cerca de 60 horas, calculam os projetistas (Laboratoire Océan Vital)
O voo transatlântico do 'Eraole' vai durar cerca de 60 horas, calculam os projetistas (Laboratoire Océan Vital)
O voo transatlântico do ‘Eraole’ vai durar cerca de 60 horas, calculam os projetistas (Lab. Océan Vital)

Um típico voo em jatos comerciais entre Paris e Nova York pode liberar quase três toneladas de dióxido de carbono na atmosfera, por passageiro. Mas um novo avião prestes a decolar que poderá realizar essa mesma viagem sem emitir uma única partícula de carbono.

Após sete anos de desenvolvimento, o grupo francês Laboratoire Océan Vital apresentou o “Eraole”, um avião com características de planador e motorização híbrida. O modelo é impulsionado por eletricidade, que é captada por painéis solares instalados nas asas, e um motor movido a biocombustível de algas.

Raphaël Dinelli, piloto francês, velejador, cientista e responsável pelo projeto, vai pilotar a aeronave no voo transatlântico entre Paris e Nova York, em junho. E será um desafio e tanto.

O Eraole voa a velocidade máxima de apenas 100 km/h. Por isso, a travessia de quase 6.000 km deve ser concluída em cerca de 60 horas – jatos comerciais realizam essa mesma viagem em sete horas. E durante todo esse tempo, Dinelli não poderá nem tirar um cochilo em sua jornada solitária: para aliviar peso e energia, o avião não possui piloto automático.

O projetistas prevem que a aeronave deve realizar o voo transatlântico a uma altitude de 3.000 metros, onde o volume de oxigênio é até 30% menor comparado ao da superfície. E para dificultar, o Eraole não possui cabine pressurizada, tampouco cilindros de oxigênio.

Devagar e sempre

Como explicou o grupo francês, o Eraole vai decolar com ajuda do impulso extra de pequenas baterias de lítio e uma vez no ar a energia solar se torna a principal fonte de propulsão. Além disso, o avião também segue o princípio do voo a vela, e também se aproveita da força dos ventos. Quanto escurece, o motor passa a funcionar com o biocombustível de alga.

Com esse projeto, o Laboratoire Océan Vital, que conduz estudos nas áreas naval e aeroespacial, espera avançar nas pesquisas sobre alternativas para reduzir os índices de emissão de aeronaves. Como aponta a instituição, a aviação é responsável por 11% do volume de emissões de CO2 entre os meios de transportes e 2% em nível global.

Raphaël Dinelli é o responsável pelo projeto e também o piloto de testes (Laboratoire Océan Vital)
Raphaël Dinelli é o responsável pelo projeto e também o piloto de testes (Lab. Océan Vital)

A viagem do Eraole será uma reedição do raid de Charles Lindbergh com o avião ‘Spirit of St. Louis’. Em 1926, o piloto americano realizou o primeiro voo entre Nova York e Paris. A viagem, realizada há quase 100 anos, durou 30 horas e 33 minutos, metade do tempo previsto para a travessia do Eraole.

“As pessoas que pesquisam os voos ‘zero carbono’ não são mais vistas como um bando de sonhadores excêntricos”, Dinelli disse à rede CNN.

Veja mais: Primeiro Gripen NG será apresentado em maio

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