A Sierra Nevada Corporation (SNC) foi agraciada com um contrato de US$ 13 bilhões (quase R$ 67 bilhões) pela Força Aérea dos EUA (USAF) para desenvolver o substitito dos jatos Boeing E-4B Nightwatch, também conhecidos como aviões do “juízo final”.
A aeronave tem a missão de ser uma plataforma aérea de comando e controle capaz de manter a defesa dos Estados Unidos ativa em caso de um ataque nuclear em grande escala, por isso o apelido.
A Força Aérea está atrasada com o programa SAOC (Centro de Operações Aerotransportadas de Sobrevivência) enquanto a frota de E-4B, baseada no jato comercial 747-200, envelhece e se torna desatualizada.
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Agora a Sierra Nevada terá o desafio de construir uma plataforma aérea substituta que utilize sistemas mais modernos, abertos e modulares, mas que será baseada em aviões comerciais de segunda mão.
Embora não esteja implícito, a empresa deverá utilizar o Boeing 747 novamente, em virtude do seu maior espaço interno.
Segundo a Aviation Week, a Sierra Nevada planeja adquirir de oito a 10 células de aeronaves para construir os novos aviões do “juízo final”, que deverão receber receptáculos de reabastecimento aéreo e sistemas de comunicação capazes de evitar ataques eletrônicos.
Mais complexo é incorporar a capacidade de sobreviver à radiação em um ambiente de guerra nuclear em grande escala.
Preço fixo assombra projeto
A Sierra Nevada, que é parceira da Embraer no A-29 Super Tucano, derrotou a Boeing, ampla favorita a levar o contrato. Mas a fabricante teria negado aceitar um contrato de valor fixo após ter prejuízos fornecendo os aviões-tanque KC-46A.
A Boeing também está se desdobrando para converter dois 747-8 de passageiros em novos Air Force One, também por um preço fixo.
O programa SAOC deve vigorar até julho de 2036, mas não está claro quando a Sierra Nevada entregará o primeiro avião. Acredita-se, no entanto, que isso deverá ocorrer no início da década de 2030 já que os E-4B estarão no fim da vida útil nessa época.
Saiba alguns fatos sobre o E-4B Nightwatch, o avião do juízo final
O E-4B serve como Centro Nacional de Operações Aerotransportadas (NAOC) e foi projetado para fornecer um posto de comando móvel para o Presidente dos Estados Unidos, o Secretário de Defesa e outros altos funcionários governamentais e militares no caso de uma emergência nacional, especialmente durante um conflito nuclear ou outras situações catastróficas.
Objetivo: A missão principal do E-4B é garantir a continuidade do comando e controle governamental e militar em tempos de crise ou emergência nacional. Para isso, ele está equipado com sistemas avançados de comunicação e serve como centro de comando voador capaz de coordenar operações militares e tomadas de decisões estratégicas.
Modificação: O E-4B é baseado na plataforma de avião comercial Boeing 747-200, mas foi extensivamente modificado para cumprir sua função especializada. Essas modificações incluem suítes de comunicação aprimoradas, links de dados seguros, sistemas de autodefesa e provisões para operações de voo de longa duração.
Sistemas de Comunicação: A aeronave está equipada com equipamentos de comunicação avançados, incluindo links de comunicação seguros e criptografados que lhe permitem manter contato com outros elementos da autoridade de comando nacional, unidades militares e ativos estratégicos em todo o mundo.
Capacidade de sobrevivência: O E-4B foi concebido para operar num ambiente de alta ameaça e está equipado com vários sistemas defensivos para protegê-lo de ameaças potenciais, incluindo medidas de guerra electrônica e contramedidas contra ataques de mísseis.
Tripulação e Instalações: O E-4B conta com uma tripulação de militares, incluindo pilotos, navegadores e especialistas de missão, que são treinados para operar a aeronave e gerenciar suas funções de comando e controle. O interior da aeronave dispõe de salas de conferências, estações de trabalho e instalações de comunicação segura para apoiar a sua missão.
Raramente implantado: Embora o E-4B seja mantido em constante estado de prontidão, ele raramente é implantado e é considerado uma opção de último recurso para uso em circunstâncias extremas. Muitas vezes é mantido em prontidão em várias bases militares, pronto para decolar em curto prazo, se necessário.
Aparência distinta: O E-4B é reconhecível por sua “protuberância” distinta no convés superior, que abriga o equipamento avançado de comunicação da aeronave e fornece espaço interior adicional para operações de missão.