Os novos aviões do “Juízo Final” da Força Aérea dos EUA (USAF) podem ser jatos que voam com a Korean Air. A empresa aérea sul-coreana revelou nesta quarta-feira, 8, que repassará cinco Boeing 747-8 de sua frota para a Sierra Nevada Corporation, segundo a Reuters.
A Sierra Nevada acaba de ser escolhida pela USAF para desenvolver o sucessor do E-4B Nightwatch, antigos Boeing 747-200 usados como aeronaves de comando e controle em situações de emergências como ataques nucleares.
O acordo foi acertado em cerca de US$ 675 milhões e deve ser concluído em setembro de 2025. A Korean Air possui 16 Boeing 747-8, sendo nove de passageiros e sete cargueiros.
Porém, a transportadora está modernizando sua frota com bimotores mais eficientes como o Airbus A350.
O contrato com o governo dos EUA atinge a cifra de US$ 13 bilhões com preço fixo, ou seja, a Sierra Nevada terá de arcar com prejuízos caso não consiga entregar o combinado.
Conversão complexa
A aquisição de widebodies de passageiros usados já era esperada já que não há uma aeronave nova com espaço suficiente para receber equipamentos, sensores e sistemas de sobrevivência em caso de um conflito nuclear.
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O quadrimotor 747-8 era o jato mais indicado para assumir o papel de novo “avião do juízo final”, por conta do seu tamanho só sobrepujado pelo Airbus A380.
A Boeing não produz mais a aeronave, o que impediu que fossem usados aviões novos. A mesma situação ocorreu com os dois Air Force One que estão sendo convertidos a partir de 747-8 que deveriam ter sido entregues à uma companhia aérea russa.
A conversão dos 747-8 Korean Air, no entanto, será mais complexa já que os jatos terão que receber receptáculos para reabastecimento aéreo, ao contrário do novo avião presidencial dos EUA.
O programa SAOC (Centro de Operações Aerotransportadas de Sobrevivência) deve se estender até 2036, com os primeiros aviões entregues no início da década de 2030.