Avião elétrico Alice vai conquistando interessados apesar de ineditismo

Aeronave movida a baterias da startup Eviation acaba de receber nova carta de intenção para 30 unidades da regional mexicana Aerus
A regional mexicana Aerus reservou 30 aeronaves elétricas Alice (Eviation)

Primeiro avião de passageiros 100% elétrico projetado do zero, o bimotor Alice, da startup Eviation, tem passado por significativos atrasos em seu desenvolvimento, a despeito do voo inaugural ter ocorrido em setembro de 2022.

Nada disso tem impedido que a Eviation, fundada pelos israelenses Omer Bar-Yohay, Omri Regev e Aviv Tzidon, colecione pedidos em série, sendo o mais recente da nova companhia aérea regional mexicana Aerus.

Desde 2019 controlada pelo grupo Clermont, de Cingapura, a fabricante dos EUA alega ter mais de 300 aeronaves encomendadas de empresas como a regional Cape Air, a Global Crossing e alemã EVIA AERO.

Os mais novos clientes a fecharem acordos pelo Alice foram a Northern Territory Air Services (NTAS), da Austrália, que acertou a compra de 20 aeronaves, a Air New Zealand, que reservou 23 unidades dentro do programa Mission NextGen Aircraft, e a já citada Aerus, interessada em 30 aviões.

Todos esses pedidos são, no entanto, cartas de intenção. Ou seja, podem ou não ser confirmados no futuro. A estratégia tem sido comum nas transações envolvendo os eVTOL, pequenas aeronaves elétricas voltadas ao uso urbano como o Eve-100, da Embraer/Eve.

O avião elétrico Alice decola pela primeira vez (Eviation)

Portanto, o desafio da Eviation é enorme. Sua aeronave, de linhas ousadas e belas, será capaz de transportar até 9 passageiros ou 2.600 libras (1.180 kg) em distâncias de até 250 milhas náuticas (463 km) a uma velocidade de 260 nós (482 km/h).

Para permitir tal desempenho, o Alice é propulsionado por dois motores elétricos Magni650 com 700kW de potência, fornecidos pela Magnix, que também pertence ao grupo Clermont.

A Eviation tem como meta concluir o processo de certificação da aeronave elétrica até 2025 e iniciar as entregas em 2027. Para isso, servirá como ‘cobaia’ para que a FAA (Federal Aviation Administration) estabeleça os requerimentos para o primeiro avião elétrico do tipo a entrar em operação comercial, a despeito de o modelo se encaixar nas normas FAR 23.

Se tudo der certo, o Alice chegará ao mercado em grande vantagem em relação a futuros competidores que ainda não saíram das pranchetas.

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