Ícone da Guerra Fria, o avião espião U-2 não para de surpreender. Em serviço há 67 anos, o jato de longas asas e capaz de voar a 24.000 metros de altitude continua sendo relevante para a Força Aérea dos EUA (USAF).
A Lockheed Martin, sua fabricante, está realizando uma atualização tecnológica da aeronave por meio da divisão Skunk Works, onde o U-2 foi concebido na década de 50.
Trata-se do programa ATR (Avionics Tech Refresh ou Atualização Tecnológica de Aviônicos), que tem como objetivo tornar o avião mais capaz de desempenhar diversas tarefas, além de integrá-lo aos sistemas mais avançados da USAF.
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O primeiro U-2 com esse pacote de atualização voou recentemente, revelou a empresa nesta terça-feira (26).
O ATR consiste em um conjunto atualizado de aviônicos para comunicações, navegação e telas no cockpit. Com eles, o U-2 passa a atender ao novo padrão de sistemas abertos da USAF, conhecido pela sigla OMS.
Segundo a Lockheed, o novo computador de missão do U-2 é capaz de integrar-se aos sistemas de dominío aéreo, espacial, marítimo, terrestre e cibernético em vários níveis de segurança.
As novas telas sensíveis ao toque também permitem uma apresentação mais eficiente de dados ao piloto, que pode tomar decisões mais rápidas e fundamentadas.
Aviões com pouco uso
“O primeiro voo bem-sucedido do U-2 Avionics Tech Refresh é um momento significativo em nossa jornada para colocar novas capacidades em campo de forma rápida e acessível”, disse Sean Thatcher, gerente do programa U-2 Avionics Tech Refresh da Lockheed Martin Skunk Works. “Aproveitando a arquitetura aberta da plataforma, estamos agilizando esses recursos necessários para o futuro espaço de batalha das Operações Conjuntas em Todos os Domínios.”
O U-2 será o primeiro avião da USAF totalmente compatível com a arquitetura OMS, assim que os testes em andamento forem concluídos e a frota, atualizada.
O contrato para conversão dos U-2 foi assinado em 2020 por um valor de US$ 50 milhões. A Força Aérea pretende tornar o avião espião em uma plataforma de controle e comando, aproveitando cerca de 30 unidades fabricadas entre os anos 80 e 90 e que só voaram um quarto da vida útil de suas células.