O mercado de aviação regional pode ganhar mais um fabricante até o final da década, a startup The Aircraft Company, dos EUA. A empresa pretende lançar uma família de aeronaves híbrido-elétricas batizada com o nome “Pangea”, e que tem previsão de entrada em serviço a partir de 2029.
Com capacidade para até 30 passageiros, o primeiro modelo foi batizado como SY30J e será equipado com quatro motores elétricos. Por trás do projeto está o experiente engenheiro canadense Mario Asselin, que serviu 14 anos na Real Força Aérea do Canadá antes de trabalhar em projetos como os jatos executivos Global 7500 e 8000, da Bombardier.
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Sediada em Wichita, a ‘meca’ da aviação geral, a The Aircraft Company aposta num modelo de voos regionais de curta e média distância, onde o SY30J pode ser até 90% mais barato de operar que turboélices.
Em entrevista ao AirInsight, Asselin pontuou que aeronaves turboélices queimam muito combustível em fases como o táxi, onde muitas vezes permanecem paradas por 20 minutos ou mais.
“Todo o gasto de energia que você não precisa contabilizar durante o taxiamento ou durante a descida possivelmente você obteria um avião muito eficiente”, disse o CEO da nova empresa.
Opção híbrida com 800 km de autonomia
De acordo com as informações do site da The Aircraft Company, o SY30J poderá voar até 400 km com emissão zero (modo elétrico puro) ou 800 km ou mais com baixa emissão.
A razão é que a propulsão primária será elétrica, mas de forma opcional usar um sistema híbrida sob demanda, que pode incluir SAF (Combustível de Aviação Sustentável) ou hidrogênio.
Asselin também almeja tornar o avião capaz de operar com um único piloto, já esperando por mudanças na legislação. Outra meta do projeto é utilizar aeroportos com pistas pequenas, de cerca de 1.000 metros de extensão.
Além disso, o SY30J utilizará um sistema de operação em qualquer tempo chamado de Enhanced Vision Systems (EVS) para permitir voos para aeroportos sem equipamentos IFR.
Versões com até 70 assentos
A empresa, no entanto, não divulgou detalhes como quais serão as dimensões da aeronave, que possui uma configuração de asa baixa com winglets e cauda em T.
Mas Asselin garantiu que a fuselagem terá um espaço generoso, capaz de acomodar 30 passageiros em fileiras de três assentos com 53,3 cm de largura. Já a distância entre as fileiras será de 91,4 cm. muito acima da média de mercado.
O CEO da The Aircraft Company também vislumbra oferecer versões do Pangea com 48 e 70 lugares e disse que o projeto está em fase adiantada e já inclui até um simulador de voo.
A startup agora está em busca de financiamento, com negociações com governos que possam apoiar o projeto – o executivo não citou quais países estão sendo sondados.
Perguntado sobre a demanda para uma aeronave desse porte, Mario Asselin citou um relatório da Embraer, divulgado em seu programa Energia, um potencial concorrente no futuro.
Segundo a empresa brasileira, a previsão é que o mercado demande cerca de 20.000 aeronaves desse tipo. “Nenhuma fabicante produz tantos aviões assim hoje em dia”, disse, esperançoso.