Um laboratório da Universidade de Xiamen, na província de Fujian, na China, concluiu recentemente a primeira etapa de testes com um demonstrador de tecnologia para um avião comercial hipersônico, reportou o jornal de Hong Kong South China Morning Post nesta semana.
O aparelho testado na China foi o Nanqiang No 1, um demonstrador não tripulado de 500 kg que pousa e decola como um avião convencional.
Segundo os idealizadores do projeto, o modelo de ensaios pode alcançar a velocidade de Mach 5 (6.174 km/h, cinco vezes a velocidade do som) “ou mais”, por meio de um sistema de propulsão triplo, que envolve motores turbofan, foguete e ramjet. A publicação, porém, não divulgou imagem alguma da aeronave ou maiores detalhes sobre os testes realizados até o momento.
Os cientistas envolvidos no programa relataram ao jornal que esperam terminar a fase de testes e iniciar a construção de um protótipo com capacidade plena de voo até 2025. O objetivo é desenvolver uma aeronave civil para 10 passageiros com autonomia de 6.000 km e velocidade máxima de Mach 6 (7.408 km/h ou seis vezes a velocidade do som).
Entre desafios para o projeto, os pesquisadores citaram a necessidade da criação de uma maneira de desacelerar e pousar a aeronave durante uma emergência, bem como sua viabilidade comercial. Espera-se que o avião hipersônico chinês entre em produção em meados de 2035.
“O avanço desta tecnologia reduzirá bastante o tempo de voo ao redor do mundo. Isso pode mudar a civilização humana”, escreveu o cientista líder do projeto, Yin Zeyong, em artigo publicado na Acta Aeronautica et Astronautica Sinica, um jornal revisado pela Sociedade de Aeronáutica da China.
A China é um dos diversos países que está investindo no desenvolvimento de veículos aéreos hipersônicos (definição para aeronaves que podem voar a mais de cinco vezes a velocidade do som). Até o Brasil tem um projeto dessa natureza, o demonstrador 14-X. O Nanqiang No 1, no entanto, é a primeira experiência dos chineses na aplicação da tecnologia hipersônica no setor civil, uma vez que esses sistemas já são testados pela ala militar do país em programas de mísseis.