Os novos aviões de passageiros de alta velocidade projetados pela Boeing e outros fabricantes oferecem a chance de conectar continentes mais rapidamente do que nunca. No entanto, essas mesmas aeronaves supersônicas e hipersônicas também poderiam afetar o meio ambiente a uma velocidade muito superior comparadas aos veículos de transporte aéreo atuais.
Três empresas iniciantes – Aerion, Boom e Spike – revelaram planos para desenvolver aeronaves supersônicas que poderão voar a mais que o dobro da velocidade do som (cerca de 1.234 km/h). Já a Boeing apresentou recentemente o conceito de um avião hipersônico projetado para viajar a mais de 5.700 km/h.
“Mais rápido do que uma bala em alta velocidade”, disse Kevin Bowcutt, engenheiro da Boeing que lidera os estudos sobre aviões hipersônicos, em um vídeo promocional da Boeing. Para quem viaja pelo oceano a viagem leva 6, 12, 14 horas”, disse Bowcutt, segundo uma pequena maquete de um avião hipersônico. “Isso nos levará em duas ou três horas, encurtando a viagem até o ponto em que poderia em você poderia literalmente ir à Europa ou à Ásia e retornar em um dia”.
“Essas aeronaves supersônicas queimarão de cinco a sete vezes mais combustível do que as aeronaves padrão que estão voando hoje”, disse Anastasia Kharina, engenheira aeroespacial do Conselho Internacional de Transporte Limpo (International Council on Clean Transportation), em resposta a rádio Kuow FM, dos Estados Unidos.
Anastasia ainda disse que “a física dita” que os aviões hipersônicos seriam ainda mais poluidores do que os supersônicos mais lentos. “A velocidade mata a eficiência do combustível”, completou a engenheira. Não à toa, o altíssimo consumo de combustível foi um dos motivos que decretou a aposentadoria do Concorde, em 2003.
Por enquanto, o jato hipersônico da Boeing é apenas um plano conceitual que poderia levar 20 anos ou mais para entrar em serviço, enquanto os próximos aviões supersônicos podem surgir até o final da próxima década.
Esse novos aviões de alta velocidade, porém, caminham na contramão em questões ambientais. Muitas empresas e governos pretendem eliminar as emissões de carbono até a metade do século 21, nas mesma época em que o avião hipersônico da Boeing pode chegar ao mercado.
“A mudança climática é a prioridade número um que o mundo está tentando resolver, e reviver o supersônico está indo na direção oposta”, disse Kharina. Ainda de acordo com a engenheira, nem mesmo os biocombustiveis poderiam ajudar nesta questão, pois apenas reduzem o impacto ambiental do voo, além de ainda estarem longe de serem comercialmente viáveis.
Em resposta a rádio americana, Brianna Jackson, porta-voz da Boeing, disse que a tecnologia irá melhorar muita na altura em que um avião hipersônico comercial se tornar realidade. “Há barreiras econômicas e ambientais que precisam ser resolvidas antes que um transporte supersônico ou hipersônico viável seja possível. Reconhecemos que qualquer avião deverá atender aos padrões ambientais “, completou Brianna.
Vamos nos ligar, pessoal ! O mundo já sabe da relação do H2 da água (H2O) como combustível ! ! ! Até pode ser usado em qualquer motor a combustão interna e turbinas então porque não usar a água do mar pois a UCLA já está pesquisando ser a melhor para retirar o H2 pela eletrólise ! ! !
Abastecimento com hidrogênio não seria viável?
Talvez um voo suborbital venha a se viabilizar antes do hipersônico. Igualmente rápido e (talvez!) até mais barato. “A velocidade mata a eficiência do combustível”, como dito na reportagem, principalmente devido ao arrasto. Quem sabe a solução não seria então gastar ainda mais combustível no início da viagem, para levar a aeronave a uma altura e velocidade absurdas, onde a atmosfera é rarefeita reduzindo drasticamente o arrasto, quase a ponto de colocar em órbita onde a gravidade funcionaria como aceleração centrípeta, elevando altura e velocidade até um ponto a partir do qual deixa-se a aeronave numa longa trajetória balística. Desta forma, gasta-se muito mais combustível antes da entrada na fase balística, porém quase nada deste ponto em diante. Depois, volta-se a gastar quando já se está próximo ao destino, mas aí trata-se de um voo quase normal, sem demanda por tamanha (e tão dispendiosa) velocidade, para fazer o tráfego, etc. Detalhe: num voo suborbital (ou mesmo no orbital) gasta-se menos indo na direção leste, onde se aproveita a inércia do próprio movimento de rotação da Terra. E quanto mais próximo ao Equador, melhor, onde a rotação terrestre tem uma velocidade de cerca de 1.600 km/h.