Quase três anos após entrar em serviço, o bimotor Cessna SkyCourier finalmente foi entregue a um cliente fora dos Estados Unidos.
Na segunda-feira, 3, a Textron Aviation divulgou a entrega de um modelo Cessna 408F cargueiro para a Air Bravo, do Canadá, que tem bases nas cidades de Thunder Bay, Sudbury, Barrie e Meaford, em Ontario.
O SkyCourier, no entanto, teria sido recebido em meados de janeiro e estava em Thunder Bay no final do mês.
Fundada em 2001, a Air Bravo opera com aeronaves Pilatus PC-12 prestando serviços de voo de passageiros, carga e ambulância aérea.
O SkyCourier cargueiro da Air Bravo recebeu a matrícula C-GSRW e uma pintura atraente em vermelho e preto.
“Estamos orgulhosos de ser o primeiro cliente da SkyCourier no Canadá, e esta aeronave é perfeita para dar suporte ao lado de carga do nosso negócio”, disse Rick Horwath, presidente e CEO da Air Bravo. “A aeronave tem um cockpit espaçoso, é fácil de pilotar e os aviônicos são amigáveis ao usuário. Estamos ansiosos para colocá-la em operação”.
A entrega ocorre semanas após a Transport Canada Civil Aviation (TCCA) ter certificado o SkyCourier no país.
Entregas perderam ritmo em 2024
A despeito da sua versatilidade – pode levar 19 passageiros ou 2.720 kg de carga e um misto dos dois -, o SkyCourier ainda não repetiu o sucesso do irmão monomotor, o Caravan.
Até o mês passado, a Textron Aviation havia entregue apenas 38 aeronaves, 12 delas em 2024, uma queda de 33% em relação a 2023.
A maior operadora do turboélice é a FedEx, com 27 Cessna 408F de carga. A Bering Air tem outros quatro aviões enquanto a Everts Air e a Lana Air operam duas aeronaves.
Há ainda um SkyCourier na Kamaka Air, na Samaritan’s Purse e agora na Air Bravo.
Dos 38 aviões, 34 são cargueiros, cinco configurados para passageiros e dois são do modelo Combi, que pode ser rapidamente convertido para ambas as missões.
FAB está de olho no SkyCourier
Com seu perfil robusto e capacidade, o SkyCourier entrou no radar da Força Aérea Brasileira (FAB), que já o citou como aeronave com potencial para substituir os C-95 Bandeirante, da Embraer, que estão em serviço há várias décadas.
No ano passado, a FAB lançou um estudo chamado de Aeronave de Transporte Leve (ATL) cujos requerimentos se enquadram exatamente no Cessna, com asa alta, dois motores e rampa ou porta de carga.
A Embraer até iniciou um projeto conjunto similar, o STOUT, que seria um avião híbrido, mas a FAB desistiu da ideia.
Já a Desaer está buscando montar o primeiro protótipo do ATL 100, um bimotor bastante parecido com o SkyCourier. Embora sejam projetos brasileiros, eles estão em desvantagem em relação ao tempo para serem entregues.