Avião que interessa à Força Aérea Brasileira, Cessna SkyCourier terá versão militar

Grupo Textron Aviation quer garantir o primeiro pedido do SkyCourier até o fim deste ano
O SkyCourier pode transportar até 19 passageiros (TA)

Avião utilitário mais recente do mercado, o Cessna SkyCourier logo deve ganhar uma variante de uso militar. A afirmação partiu de Andrew Pall, diretor regional de vendas da Textron Aviation (grupo controlador da Cessna Aircraft) na Europa.

Em entrevista ao Flight Global, o executivo disse que a fabricante está avançando no desenvolvimento de vários kits de missão para o SkyCourier e que um modelo de demonstração será apresentado no próximo ano. Pall também ressaltou a confiança da empresa de que, até o fim deste ano, terá garantido o primeiro pedido de um cliente militar para a aeronave.

Na visão do diretor da Textron, o SkyCourier pode ser utilizado em diversas operações militares, incluindo voos de vigilância, evacuação aeromédica e patrulha marítima. Para cumprir essas atividades, o bimotor turboélice seria equipado com pontos de fixação nas asas, tanques de combustível adicionais, sensores de busca, entre outros sistemas.

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“Estamos muito avançados na engenharia e maturação [desses recursos] e eles serão incorporados em uma aeronave de demonstração”, disse Pall ao website. Ele ainda acrescentou que a empresa tem “discussões muito maduras com vários clientes” sobre a venda do avião na variante militar.

Protótipo do SkyCourier: primeiro voo ocorreu em 2020 (Cessna)

“O que realmente nos entusiasma sobre esta aeronave é que, sem os assentos internos, ela é uma peça de equipamento realmente maleável e reconfigurável que pode ser utilizada para múltiplas missões”, explicou o representante da companhia norte-americana.

Com capacidade para embarcar 19 passageiros ou até 2.721 kg de carga, o SkyCourier entrou em serviço no ano passado com a companhia cargueira FedEx – e o primeiro exemplar de passageiros foi entregue em maio deste ano à Western Aircraft, empresa regional do Havaí.

Avião interessa à Força Aérea Brasileira

O novo turboélice da Cessna está na mira da Força Aérea Brasileira (FAB). O SkyCourier foi citado como um dos projetos prioritários da Aeronáutica, em reunião realizada em 20 de janeiro deste ano entre o Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Embora não tenham sido divulgados detalhes sobre a aplicação militar do C408 no Brasil, o avião da Cessna é apontado como uma opção para substituir os antigos Embraer C-95 Bandeirante da FAB.

Embraer EMB-110 - Força Aérea Brasileira
Cessna SkyCourier pode ser o substituto dos antigos Embraer Bandeirante da FAB (FAB)

Comparado ao Bandeirante, o SkyCourier é uma aeronave mais versátil, muito em função do trem de pouso fixo, enquanto o avião da Embraer possui o conjunto retrátil.

Recentemente, o novo avião da Cessna recebeu o Certificado de Tipo da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o que abre o caminho para as entregas da aeronave para cliente no Brasil.

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  1. Bom dia A Todos,

    Inacreditável, ler esta notícia de que a FAB, deseja substituir o Bandeirantes por uma aeronave da Cessna…!
    Depois de décadas de estudos, projetos bem sucedidos, tecnologias e expertises aeronáuticas ímpares, conquistadas pela Embraer, com seus Engenheiros e Técnicos altamente especializados, eu me pergunto:
    Por que comprar lá fora, um avião que temos plena capacidade de desenvolver e fabricar um modelo similar e melhor, aqui no Brasil ?
    Outro ponto negativo e estranho:
    Anteriormente, houve a diminuicão, de forma unilateral, do número de Aeronaves KC -390, inicialmente contratadas pela FAB, justamente quando esse modelo vem fazendo sucesso e conquistando mercados duramente disputados, em outros países… Por quê ?
    As vezes me parece,que no Ministério da Aeronáutica, tem alguém “Jogando Contra o Time” …?!

    Tomara que eu esteja errado !

    Arlindo.
    ✈🇧🇷

  2. Arlindo, as forças armadas se “viraram” contra o País, vem “jogando contra” na última década e isso se tornou nítido no ano passado, por exemplo, o cancelamento de várias unidades do KC-390 e sabendo que, devido ao extenso território brasileiro, deveriam ter, no mínimo, 50 aeronaves (é uma estimativa minha), entre outras tantas atitudes estranhas. Talvez a Marinha se salve mas ela, historicamente, sempre foi desprestigiada pelos governantes, mesmo que tenhamos mais de 7 mil km de litoral. Estamos à deriva, sem rumo e caminhando para nos tornar uma “venezuela” ou algo pior.

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