Às voltas com problemas com a cadeia de suprimentos, motores que precisam de revisões e uma demanda crescente, a Airbus pode ter outro pesadelo pela frente, uma greve na fábrica de Mirabel, no Canadá, onde é feito o jato A220, rival dos E2 da Embraer.
Membros da Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais, AIMTA, que representa 1.300 dos 3.000 funcionários da instalação canadense, votaram a favor da rejeição do novo contrato oferecido pela Airbus e a uma possível paralisação.
Entre os funcionários estão mecânicos, ferramenteiros, soldadores e técnicos. O acordo coletivo expirou no final de 2023 e até agora a Airbus não conseguiu convencê-los a aceitar a proposta que prevê aumento salarial de 10,3%.
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O novo acordo de três anos foi considerado insuficiente pelos funcionários diante da inflação acumulada e dos sacrifícios feitos durante o desenvolvimento do programa A220.
A aeronave, que é capaz de transportar entre 120 e 160 passageiros, foi desenvolvida pela Bombardier como C Series e vendida para a Airbus em 2018 que a rebatizou..
Há mais de cinco anos a fabricante europeia tem investido em busca de mais eficiência na montagem da aeronave e na redução dos custos.
O plano é produzir 14 jatos por mês dentro de dois anos e assim atender as quase 600 encomendas pendentes.
O A220 também é montado em Mobile, nos Estados Unidos, mas a unidade canadense é a base de toda a produção, onde se espera sairão 10 jatos mensalmente dentro de dois anos.
Além do aumento aquém do desejado, os trabalhadores da Airbus reclamam da redução de valores de seguros e pensões e mudanças nas férias e outros benefícios.
O temor é que mesmo sem uma greve deflagrada, ocorra uma “operação tartagura”, atrasando a produção, que já está longe do ideal.
A despeito de ter ampliado as entregas, a Airbus somente produz seis A220 por mês atualmente.