A aviação comercial segue tendo dias ruins no Irã. Um jato McDonnell Douglas MD-83 da companhia iraniana Caspian Airlines saiu da pista após uma aterrissagem mal sucedida no Aeroporto de Mahshahr, na província de Khuzestan no sudoeste do país, e foi parar no meio de uma movimentada avenida fora das dependências do terminal aéreo.
Transeuntes no local filmaram os passageiros abandonando a aeronave no meio da rua. A bordo do avião estavam 135 passageiros e sete tripulantes, informou a imprensa iraniana. Dois ocupantes sofreram ferimentos leves. O jato viajava de Teerã para Mahshahr.
A agência estatal Irna informou que a aeronave havia registrado um problema técnico e que isso havia atrasado a decolagem da aeronave em Teerã. O incidente está sob investigação, acrescentou.
Ainda de acordo com a mídia do país, o piloto teria pousado tarde demais e não conseguiu parar a aeronave nos limites da pista.
O avião envolvido no incidente, o MD-83 matrícula EP-CPZ, foi fabricado em 1994 e voava com a Caspian Airlines desde 2012.
No dia 8 de janeiro, um Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines foi abatido por engano pelo sistema de defesa aérea do Irã momentos após decolar no aeroporto internacional de Teerã. A tragédia deixou 176 mortos.
Aviação em crise no Irã
O Irã é um dos países que mais vem registrando acidentes aéreos nas últimas décadas. O nação enfrenta duras sanções dos Estados Unidos que impedem a compra de novos aviões ou mesmo peças de reposição do Ocidente para modernizar e manter sua frota. Por conta dessa precariedade, a maior parte das companhias aéreas iranianas são proibidas de voar para Europa.
As sanções impostas ao Irã são tão severas que o país é proibido até mesmo de comprar aeronaves da Rússia, que tradicionalmente é um parceiro da república islâmica no Golfo Pérsico. No ano passado, os EUA barraram a venda de 20 jatos SSJ100 da Sukhoi ao país. Cerca de 10% dos componentes do avião russo são produzidos por fornecedores norte-americanos.
No final de 2018, os EUA também proibiu a venda de 200 aviões para a companhia Iran Air, que haviam encomendado aeronaves da Boeing, Airbus e ATR.
Com a falta de aviões novos, empresas aéreas do Irã empreendem um esforço monumental para manter suas antigas frotas em condições de voo, muitas vezes recorrendo ao mercado negro para obter peças de reposição.
Diante deste cenário, é comum ver no Irã aeronaves que já deixaram de voar há muito tempo em outras partes do mundo, como jatos Fokker 100 e Airbus A300.
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