A crise financeira da Avibras, maior fabricante de sistemas de defesa do Brasil, pode chegar ao fim mas de uma forma polêmica. A empresa e a DefendTex, sediada na Austrália, anunciaram nesta semana que conversam sobre um possível investimento para tirá-la da recuperação judicial.
Segundo a nota conjunta, as duas companhias “estão engajadas em discussões avançadas para viabilizar um potencial investimento voltado à recuperação econômico-financeira da Avibras, com o objetivo de manter suas instalações fabris no Brasil, retomando as operações o mais breve possível”.
A DefendTex também fez questão de garantir o cumprimento de obrigações contratuais com o governo brasileiro e outros clientes.
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Sediada em Jacareí (SP), a Avibras foi fundada em 1961 e desenvolveu diversos sistemas para as forças armadas brasileiras além de exportar seus produtos para alguns países.
Em março de 2022, a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial para negociar o pagamento de dívidas de cerca de R$ 640 milhões.
Na época, a situação levou a demissão de 400 funcionários que posteriormente foi revertida pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.
Desde então, surgem rumores sobre possíveis interessados estrangeiros.
Salários atrasados
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos alega que os funcionários da Avibras estão há 11 meses sem receber seus salários.
A entidade protesta contra a venda da empresa, considerada por ela “estratégica para o país”. A solução, segundo o sindicato, passa pela estatização da Avibras.
Entre os vários produtos da fabricante estão o míssil MICLA-BR, o UAV Falcão e o lançador de foguete Astros.