Aviões agrícolas viram “bombeiros” nos incêndios da Floresta Amazônica

Aeronaves foram deslocadas para Rondônia, Mato Grosso e agora na nova frente de incêndios no interior de São Paulo
Air Tractor AT-502B (SINDAG)

O combate aos incêndios que continuam pela Floresta Amazônica está recebendo o reforço de aviões agrícolas atuando como bombeiros. Quase 10 aeronaves foram deslocadas para pontos afetados em Rondônia, Mato Grosso e agora na nova frente em Castilho, no interior de São Paulo. Segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (SINDAG), os aviões envolvidos nas ações já realizaram mais de 400 operações nessas regiões desde julho.

Imagens compartilhadas pelas brigadas aéreas nos diferentes estados mostram o trabalho enfrentado pelas aeronaves voando em baixa altitude sobre grandes focos de incêndios. As aeronaves lançam uma mistura de água com um agente gerador de espuma que ajuda a retardar as chamas.

Rodrigo Fernandes, empresário e piloto aeroagrícola que está atuando na divisa entre os estados do Mato Grosso e São Paulo, disse que em Castilho foram realizados 40 lançamentos nesta quinta-feira (29). “Cerca de 80 mil litros de água”, comentou, sobre as cargas despejadas na região. Os lançamentos seguem nessa sexta-feira com apoio de equipes de terra e dos bombeiros.

As operações são realizadas em parceria com o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente), o Corpo de Bombeiros e a brigada aérea com os aviões agrícolas. O grupo também participa da Operação Verde Brasil, organizada pelo Ministério da Defesa, que tem o apoio de dois C-130 Hercules da Força Aérea Brasileira (FAB) com equipamentos de combate a incêndio.

Mato Grosso

Os aviões usados no Mato Grosso, baseadas no sudoeste de Goiás, estão a cargo da empresa Aerotex Aviação Agrícola, que montou uma brigada de combate a incêndios contratada pelos produtores locais. A operação ali tem caráter filantrópico e os fundos serão repassados mais adiante a uma instituição de caridade.

O grupo foi acionado no final de julho e soma mais de 80 horas de voo em combate a incêndios, com mais de 300 lançamentos. As operações em Goiás são realizadas com três Cessna 188.

Rondônia

Desde o início desta semana outros quatro AT-502B estão atuando na Operação Verde Brasil, sob o comando da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, em Porto Velho (RO), e em conjunto com a FAB os bombeiros. Os aviões em serviço na região são da empresa Americasul Aviação Agrícola, de Goiás, que possui convênio com o ICMBio.

Duas aeronaves desse grupo também participaram nesta semana do combate as chamas no parque da Chapada dos Guimarães entre os dias 15 e 19. Até essa quarta-feira (28) os pilotos da Americasul combateram focos de incêndio em um raio de 80 quilômetros da capital. Hoje o grupo foi transferido para uma base na cidade de Machadinho do Oeste, a cerca de 200 quilômetros de Porto Velho. A empresa tem mais quatro aviões de sobreaviso, caso necessite de reforço na Amazônia.

São Paulo

A frente mais nova de ação é a paulista, que fica na região de Araçatuba. Ali o trabalho está sendo feito com um avião Air Tractor AT-502B, da empresa Imagem Aviação Agrícola, de São José do Rio Preto. Com capacidade para 1,9 mil litros de água e reagente, a aeronave agrícola está atuando junto com um helicóptero Esquilo do Esquadrão Águia, da Polícia Militar, em ao Corpo de Bombeiros, que mobilizou cerca de 40 homens, junto com viaturas autobomba tanque.

Avião agrícola também é bombeiro

O combate a incêndios florestais é prerrogativa no regulamento de aviação agrícola no Brasil, em vigor desde 1969. Segundo o Decreto-Lei 917, criado em 8 de outubro daquele ano, as aeronaves agrícolas que voam no País também precisam ser certificadas para operações de combate a incêndios (especificamente “florestais”, como diz a lei).

O Brasil tem tem a segunda maior frota de aviação agrícola do mundo, com mais de 2.000 aeronaves, atrás apenas nos Estados Unidos, e diversos pilotos agrícolas atuam todos os anos nas temporadas de incêndios pelo Brasil, de acordo com o SINDAG.

Videos enviados pela assessoria de imprensa do SINDAG.

Veja mais: Embraer vai testa avião elétrico em 2020

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  1. Por que não alugam um 747 Tanker que a cada viagem pode despejar uns 70.000 litros. Será que o custo de leasing de uma aeronave adequada não seria justificada???? OIu seria falta de cérebros????

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