Enquanto outras nações têm fretado jatos widebody de longo alcance para buscar cidadãos que estão isolados na China por conta do coronavírus, o Brasil decidiu escalar dois aviões presidenciais para a tarefa de resgatar 25 brasileiros e quatro chineses em Wuhan, epicentro da epidemia. A tarefa caberá a dois jatos VC-2, uma versão VIP do Embraer E190 e que servem como reserva do VC-1A, o A319CJ utilizado pela presidência.
Embora tenham um layout desenhado para levar autoridades, os VC-2 possuem também 30 assentos comuns que serão usados no resgate. Os dois aviões da FAB partem ao meio-dia desta quarta-feira, 5, da base aérea de Brasília, onde fica o GTE, Grupo de Transporte Especial, responsável pela frota executiva.
A viagem, no entanto, será longa e com várias escalas por conta da pequena autonomia das aeronaves. O caminho de ida prevê escalas em Fortaleza, Las Palmas (um arquipélago espanhol no Oceano Atlântico), Varsóvia (Polônia) e Urumqi, na China, antes de pousar em Wuhan na próxima sexta-feira, 7. O retorno deve ocorrer no sábado, e a chegada ao Brasil, até segunda-feira, 10.
Os jatos VC-2 seguirão para a base aérea de Anápolis, em Goiás, mais conhecida por sediar o principal esquadrão de interceptação aérea da FAB e onde serão alocados os novos caças Saab Gripen E, batizados de F-39 no Brasil. E lá que os brasileiros repatriados permanecerão em quarentena por um período que de pode levar de duas a três semanas a fim de identificar possíveis contaminações com o coronavírus – haverá um exame em território chinês que se positivo impedirá o retorno ao país.
Segundo o governo federal, a necessidade de enviar dois aviões, sendo que um teria capacidade para trazer o grupo, se explica pelo fato de ser preciso evitar possíveis contágios. “Se forem transportadas somente as atuais 30 pessoas que solicitaram o repatriamento, elas seriam divididas em dois grupos de 15 pessoas, um grupo para cada aeronave. Além dos repatriados, as equipes médicas e tripulação que participam da operação também ficarão em quarentena”, explica a nota oficial.
Operação mundial de resgaste
Vários países têm lançado mão de voos especiais para trazer seus cidadãos que estão em áreas afetadas pela epidemia. A União Europeia, por exemplo, fez uso de um A380 da companhia Hi Fly, especializada em wet lease, quando o serviço contratado inclui tripulação e qualquer outra necessidade para viabilizar a viagem. Cerca de 350 pessoas foram trazidas da China no sábado, 2. Havia, inclusive, a expectativa de que o governo brasileiro pudesse contratar a Hi Fly, mas a quantidade pequena de pessoas que pediram para retornar ao Brasil deve ter pesado na decisão de escalar os VC-2.
A tarefa teria sido facilitada caso a Força Aérea Brasileira ainda operasse um Boeing 767-300ER, um widebody que foi utilizado por três anos em forma de leasing. A aeronave, que foi batizada de C-767 e recebeu a matrícula FAB 2900, foi devolvida ao arrendador em julho do ano passado após o fim do contrato. O jato chegou a ser usado pelo ex-presidente Michel Temer em uma viagem oficial à Alemanha em 2017 para um encontro do G20 e do BRICS.
Com informações da revista Asas.
Veja também: Anvisa informa procedimentos em aviões para possíveis casos de coronavírus no Brasil
Pq não usam o Airbus A319 VC-1A (Aerolula)
Ainda está na ativa, não ?
Mandem o KC-390!!!!
O mais importante: qual o custo desta operação?
Pois temos milhões de brasileiros padecendo em nosso SUS em condições muito precárias que precisariam muito mais desse dinheiro do que menos de 3 dezenas de Brasileiros que estão na China.