Companhias aéreas russas já começaram a desmontar aviões em busca de peças de reposição, de acordo com informações da agência Reuters. A falta de peças ocorre por causa de sanções internacionais impostas a empresas russas após a invasão da Ucrânia no final de fevereiro.
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As sanções impedem que suas companhias aéreas comprem peças de reposição ou façam manutenção no Ocidente. Com isso, o próprio governo de Vladimir Putin sugeriu o “canibalismo” de aeronaves e aprovou a produção local de peças não originais.
A maior parte da frota russa é formada por aviões comprados no Ocidente. Até mesmo os Sukhoi, fabricados na Rússia, são extremamente dependentes de peças do exterior. Por isso, a aviação comercial russa deve sofrer um retrocesso tecnológico.
Quase 80% da frota da Aeroflot, maior companhia aérea da Rússia, é composta por 134 Boeing e 146 Airbus, ao lado de quase 80 Sukhoi Superjet 100.
De acordo com cálculos da Reuters baseados em dados do Flightradar24, cerca de 50 aviões da Aeroflot – ou 15% de sua frota, incluindo jatos retidos por sanções – não decolaram desde o final de julho.
Pelo menos um Sukhoi Superjet 100 e um Airbus A350, ambos operados pela Aeroflot, estão atualmente sendo desmontados. Além disso, a Aeroflot também está retirando peças de Boeings 737 e Airbus A320.
A prática de remover peças para manter outro avião voando não é tão incomum e normalmente ligado a problemas financeiros dos operadores.
No entanto, as sanções impostas à Rússia devem causar um “canibalismo” em grande escala, transformando muitos aviões em “árvores de Natal”.