A Azul Linhas Aéreas Brasileiras anunciou nesta terça-feira (14) que fez uma oferta de R$ 123 milhões para adquirir a empresa regional Two Flex.
“A aquisição do Two Flex ajudará a Azul a aumentar a demanda de clientes, pois poderá levar o serviço aéreo a lugares onde não são servidos hoje, além de conectar cada vez mais pessoas à sua malha de voos e destinos, que é a maior da América Latina. A operação de carga da Two Flex também será uma adição estratégica à Azul Cargo Express, pois poderá levar carga para cidades hoje não atendidas”, diz John Rodgerson, CEO da Azul.
Sediada em Jundiaí (SP), a TwoFlex foi criada em 2013 com a fusão das empresas de táxi-aéreo Two Aviation e Flex Aero. Dona da maior frota brasileira de monomotores Cessna Caravan, com 17 aeronaves, a empresa ganhou certa notoriedade nos últimos meses ao lançar voos a partir de Congonhas, entre eles a “Ponte Barra” com destino ao aeroporto de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro.
“Construímos um ótimo negócio na aviação regional nos últimos anos, conectando cidades menores a grandes capitais em todo o país. Estou ansioso para conectar nossa rede regional à rede doméstica e internacional da Azul”, disse Rui Aquino, CEO da Two Flex e que no passado também foi presidente da TAM (atual LATAM Airlines Brasil).
A venda da TwoFlex para a Azul ainda está sujeita a condições como conclusão da auditoria, negociação de um contrato de compra e venda, e aprovações de órgãos reguladores.
Two Flex é parceira da Gol
A intenção da Azul em adquirir a Two Flex deve promover uma dança de cadeiras no mercado nacional de aviação comercial. A empresa regional atualmente é parceira da Gol, com quem oferece uma série de trechos nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.
A parceria entre as duas empresas funciona da seguinte forma: a Gol é responsável pela divulgação dos trechos e venda exclusiva de bilhetes e a Two Flex opera os voos com seus próprios aviões e tripulantes.
Em contato com o Airway, a Two Flex respondeu que neste momento não vai se manifestar sobre a oferta de compra da Azul e seus possíveis efeitos.
Procurada pela redação, a Gol informou “que a aquisição da Two Flex por uma congênere em nada afeta seu plano de expansão regional e o processo de democratização do acesso ao transporte aéreo no país, protagonizado pela companhia ao longo dos 19 anos de sua história. O acordo com a Two Flex de compartilhamento de voos e compra de capacidade representou apenas 0,007% do número de assentos ofertados e 4.185 passageiros transportados em 2019, o que representa 0,012% do total de 35 milhões de clientes atendidos pela Gol no ano”.
*Texto atualizado na quarta-feira (15), às 9:45, com o posicionamento da Gol.
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O acordo que a Gol mantém com a Two Flex, nada mais é que uma forma de ganhar desconto no ICMS. Assim é no Paraná, onde os Cessnas voam quase vazios para rincões esquecidos. O prejuízo nestas rotas é compensado por um belo desconto no imposto, que cai de 18 para 7 por cento.
Com a compra, a Azul, que não têm o desconto máximo, pode tirar o trunfo da concorrente e trazê-lo para si.
Uma baque para os planos da Gol.