A Azul anunciou nesta segunda-feira (10) a malha de voos entre Recife e Fernando de Noronha a partir do dia 12 de outubro, quando os jatos serão proibidos de operar no aeroporto da ilha. A companhia irá colocar na rota seus turboélices ATR 72-600, que estão autorizados a continuar pousando no local pela ANAC.
Para compensar a menor capacidade de passageiros, a Azul fará dois voos extras diários em cada sentido, que junto dos três regulares passará a ter uma oferta de 700 lugares. Trata-se de menos do que com a malha anterior, com jatos da Embraer, que possuem de 118 a 136 assentos, por isso a empresa decidiu não emitir novos bilhetes até a situação dos clientes que já adquiriram as passagens ser regularizada.
A nova malha valerá para o intervalo entre 12 e 31 de outubro, mas a Azul adiantou que irá anunciar em breve como ficará o atendimento na rota a partir de novembro. Enquanto isso, o governo pernambucano e a operadora do aeroporto tentam encontrar uma solução para restaurar a capacidade da pista para receber jatos.
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“A Azul ressalta que segue trabalhando com o Governo de Pernambuco, administração da Ilha e do aeroporto, para garantir apoio a todos esforços que já estão em curso para a melhoria da infraestrutura no local. A companhia apoia a decisão da Agência e vai continuar trabalhando durante todo o processo de alteração da operação e de melhoria da infraestrutura da pista de Fernando de Noronha, que já foi iniciada”, diz nota da companhia aérea.
“Ponte aérea”
A proibição da operação de jatos em Fernando de Noronha foi determinada pela ANAC em 5 de outubro. O motivo apontado foi a situação do asfalto da pista do aeroporto, que apresenta degradação. A agência constatou o problema em 2019 e pediu medidas ao administrador do terminal, a Dix Empreendimentos, porém, em recente vistoria foi constatado que o trabalho acabou não sendo feito, “apenas intervenções paliativas com aplicação de asfalto tipo pré-misturado a frio” cujos resultados de ensaios indicaram o comprometimento funcional da superfície do pavimento.
Outra empresa a voar regularmente para Fernando de Noronha, a Gol não confirmou se pretende oferecer uma opção de voos com turboélices. A empresa aérea é parceira da VoePass, que poderia realizar a rota, mas até o momento a decisão é resolver a situação dos passageiros com bilhetes comprados. Eles poderão pedir reembolso, cancelamento ou buscar uma reacomodação.
Nesta terça-feira, 11, rastreadores de voos mostravam um movimento acima do normal decolando e pousando na ilha. Ao menos sete voos estavam previstos para decolar de Fernando de Noronha, cinco da Azul e dois da Gol.