Azul Conecta recebe o 3.000º turboélice Caravan produzido pela Cessna

Empresa regional subsidiária da Azul Linhas Aéreas é o maior operador do Caravan no Brasil, com 25 aeronaves
3.000º Cessna Caravan: cerimônia de entrega foi realizada na sede da Cessna, no Kansas (Divulgação)

O grupo Textron Aviation anunciou nesta sexta-feira (13) a entrega de um novo Cessna Grand Caravan EX para a companhia regional Azul Conecta, subsidiária da Azul Linhas Aéreas. A aeronave com o registro PS-CNH é o 3.000º turboélice da família Cessna Caravan produzido pela fabricante dos EUA, que lançou o programa em 1981.

“Esta Grand Caravan EX voará orgulhosamente pelos céus brasileiros e conectará nossos 158 destinos, muitos dos quais são possíveis devido à utilidade e flexibilidade da aeronave”, celebrou Flavio Costa, diretor técnico da Azul e presidente da Azul Conecta. “Como cliente de longa data da Textron Aviation com uma frota de mais de 25 aeronaves Cessna, estamos felizes em fazer parte deste importante marco.”

A Azul Conecta é atualmente o maior operador do Caravan no Brasil, com 25 unidades em serviço. Outra empresa brasileira que opera o monomotor em voos comerciais regulares é a Abaeté Linhas Aéreas, da Bahia, que possui cinco aparelhos do tipo. As duas companhias têm seus turboélices configurados para transportar nove ocupantes, que é capacidade máxima permitida pela ANAC para esta aeronave. Em outros países, o avião da Cessna é autorizado a voar com 14 ocupantes.

A Azul Conecta também opera o Grand Caravan na versão exclusiva para cargas (Luis Alberto Neves)

“A versatilidade e a confiabilidade do Cessna Caravan o tornaram a aeronave mais popular na categoria de turboélice utilitário, com agora 3.000 unidades entregues globalmente”, disse Lannie O’Bannion, vice-presidente sênior de vendas e operações de voo da Textron Aviation, que controla a Cessna Aircraft.

O primeiro protótipo do Caravan fez seu voo inaugural 9 de dezembro de 1982 e seu lançamento comercial aconteceu em 1984. Parte do desenvolvimento da aeronave foi bancado pela Federal Express (Fedex), gigante no mercado de entrega de mercadorias. A empresa, naquela época, buscava um avião leve e com baixo custo operacional para ampliar sua cobertura nos EUA e por isso lançou um pedido de compra antes mesmo do produto ser concluído. Com o emprego bem sucedido pela Fedex, o monomotor da Cessna ganhou mais interessados.

Cessna Grand Caravan da Abaeté Linhas Aéreas no aeroporto de Morro de São Paulo (Thiago Vinholes)

Com uma construção robusta e a capacidade de pousar e decolar em pistas austeras, o Caravan se tornou o meio de transporte aéreo ideal para operar em regiões remotas e com pouco apoio em solo. Por conta dessa característica, o modelo ganhou todo tipo de emprego, transportando passageiros e cargas operado por companhias comerciais ou servindo em propósitos militares.

O motor do Caravan é um turboélice Pratt & Whitney PT6A, o mais popular do mundo nessa categoria. Segundo o fabricante, o propulsor gera 868 cv e pode impulsionar a aeronave a velocidade máxima de 343 km/h. Já o alcance gira em torno dos 2.000 km, dependendo do peso da carga transportada.

Variantes do Caravan

Com a aplicação no transporte executivo, o Caravan ganhou um interior sofisticado, com direito a ar-condicionado e assentos especiais. Essa configuração, porém, liquidou com o espaço para bagagens. A solução veio em 1986 com o lançamento do Grand Caravan (Cessna 208B), uma versão com fuselagem 1,2 metro mais longa. Além disso, o avião também ganhou um bagageiro debaixo da fuselagem, configuração que fez bastante sucesso no mercado.

O Grand Caravan leva até 14 passageiros ou 1.900 kg de carga
O Grand Caravan leva até 14 passageiros ou 1.900 kg de carga

A Cessna também criou uma versão anfíbia do Caravan com flutuadores em vez do trem de pouso fixo. Essa variante ainda mantém os pneus guardados nas boias, que são sacados para pousar em pistas convencionais.

A versão anfíbia mantém a capacidade para pousar em pistas convencionais
A versão anfíbia mantém a capacidade para pousar em pistas convencionais

Apesar de desconhecida, a versão militar do Caravan é a que mais chama atenção. Chamado AC-208 Combat Caravan, o modelo baseado no Grand Caravan foi desenvolvido na década de 1980 para servir em missões de contra-insurgência. Ele pode ser armado com mísseis anti-tanque Hellfire, além de levar equipamentos de vigilância e aparelhos de mira laser para o lançamento de armas por outras aeronaves. Apenas a Força Aérea do Iraque o adquiriu e o Líbano recebeu algumas unidades doadas pelos EUA

O Iraque foi o único país que comprou a versão de ataque AC-208 Combat Caravan
O Iraque foi o único país que comprou a versão de ataque AC-208 Combat Caravan

Cessna Caravan no Brasil

O Caravan é um dos poucos aviões que pode alcançar os rincões do Brasil. Foi adotado no transporte executivo, táxi aéreo e até mesmo em linhas comerciais regulares. As empresas Asta Linhas Aéreas, de Cuibá (MT), e Piquiatuba Transportes Aéreos, de Santarem (PA) utilizam o Cessna 208B em voos fretados.

Paraquedistas saltam de um Cesna Caravan especialmente adaptado para a prática
Paraquedistas saltam de um Cessna Caravan especialmente adaptado para a prática

A aeronave mais popular da Cessna também é muito utilizada em centros de paraquedismo no Brasil, que geralmente operam em pistas de terra e com pouco suporte. Com interior modificado, esses aviões podem levar até 15 paraquedistas – a versão executiva leva apenas 6 pessoas.

Dois Caravan da FAB já se acidentaram. Um em 1998 e outro em 2009
Dois Caravan da FAB já se acidentaram. Um em 1998 e outro em 2009 (Foto – FAB)

A Força Aérea Brasileira utiliza o Caravan como “avião-utilitário” desde 1987, possuindo atualmente 7 unidades do Caravan (C-98 na designação da FAB) e outros 10 exemplares do Grand Caravan (C-98A). Chamados pelos aviadores brasileiros como “Mamute”, o monomotor integra atualmente os 1º ETA, 7º ETA e 2º/6º Gav da FAB. Nesses 28 anos de operação, duas aeronaves foram perdidas em acidentes, um 1998 e outro em 2009.

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