A Força Aérea Brasileira (FAB) recebeu apenas uma proposta para venda de dois jatos A330-200, da Airbus, na concorrência que visa adquirir essas aeronaves de passageiros para serem convertidas no padrão MRTT, de reabastecimento aéreo e transporte, da companhia aérea Azul.
Os documentos de qualificação e de valores pedidos foram entregues pela empresa à Comissão Aeronáutica Brasileira, em Washington, nos EUA, mas a proposta em si só será aberta nesta quarta-feira, 9, em nova sessão a ser realizada no mesmo local.
A primeira fase do programa envolvia apenas um convite para as empresas interessadas, mas de mais de 50 potenciais participantes que solicitaram informações sobre o projeto apenas a Azul compareceu ao encontro.
Apesar disso, a comissão de licitação decidiu prosseguir com o processo, como prevê o edital. Com a abertura do envelope com os detalhes financeiros da proposta da companhia aérea brasileira, a FAB então analisará sua viabilidade dentro do orçamento e requisitos definidos no ano passado.
Aeronaves fabricadas a partir de 2014
Segundo o site Planespotters, a Azul possui oito A330-200 ativos em sua frota, mas todos aparecem como alugados de empresas como a CIT e a Wilmington Trust SP Services.
A Força Aérea lançou a concorrência KC-X3 no final de janeiro com a intenção de despender até US$ 80,6 milhões por dois jatos A330 usados, mas fabricados após janeiro de 2014.
As aeronaves não poderão ter mais de 28 mil horas de voo e 4,2 mil ciclos além de serem equipadas com motores fornecidos pela Rolls-Royce ou General Electric.
A escolha do modelo da Airbus foi feita sem maiores detalhes pela FAB que em tese poderia realizar uma concorrência mais aberta, com a participação de jatos da Boeing.
O MRTT (Multirole Tanker Transport) é um processo de conversão exclusivo da Airbus que pode equipar o A330 com duas sondas de reabastecimento nas asas e também uma lança rígida, em padrão utilizado pela Força Aérea dos EUA, por exemplo.
Desde que alugou um Boeing 767-300 (C-767) entre 2016 e 2019, a FAB almeja voltar a contar com uma aeronave de transporte de grande porte e alcance.
Situações como a da repatriação de brasileiros que estavam na Ucrânia nesta semana têm levado à FAB a realizar voos com muitas escalas por conta da limitação de alcance de suas aeronaves.
O KC-390 escalado para essa missão, por exemplo, está voando para Varsóvia, na Polônia, a partir de Brasília, com a necessidade de realizar três escalas no percurso. Além disso, o jato da Embraer possui uma capacidade de carga paga bem menor que o A330.