Retomada após um longo período de crise econômica no Brasil, a renovação das frotas de aviões das companhias aéreas brasileiras já começa a ser facilmente percebida pelos passageiros em algumas delas. Capazes de voar mais longe e de forma mais econômica, além de oferecem um interior mais moderno e confortável, essas aeronaves são cruciais para as empresas aéreas por reduzirem custos sobretudo com o combustível, hoje o grande vilão no preço das passagens, segundo a Abear, associação que reúne essas companhias.
Atualmente, menos de 10% da frota das quatro grandes companhias é de aviões de nova geração – o que não significa que não existam outras aeronaves bastante modernas. O processo de modernização, no entanto, encontra-se em estágio diferente em cada uma delas.
A Avianca Brasil é hoje a companhia com a maior proporção desses aviões. São 12 jatos Airbus A320neo recebidos a partir de outubro de 2016 e que hoje equivalem a um quinto da frota. A encomenda total, no entanto, é mais extensa: são 62 unidades da família A320neo que devem não só substituir os atuais jatos como ampliar sua capacidade. De quebra, a companhia optou por oferecer mais espaço na aeronave, com configuração para 165 assentos.
Mas é a Azul a empresa aérea com a maior frota de aviões de nova geração. Assim como a Avianca, ela decidiu trazer o A320neo para atender suas rotas de maior demanda. Até setembro eram 17 aviões e o décimo oitavo, pintado na cor rosa, deve chegar nas próximas semanas. Serão 63 aviões no total, incluindo o A321neo, segundo revelou Airway. A Azul considera o A320neo uma aeronave especial: além de levar bem mais passageiros (174 lugares) ele oferece um custo de operação praticamente idêntico ao do Embraer E195 que leva apenas 118 ocupantes. A companhia fundada por David Neeleman também terá o reforço de outro jato avançado, o A330neo, cujas primeiras unidades serão entregues no final deste ano.
Às voltas com um processo mais complexo e demorado de modernização, a Latam voltará a ampliar sua frota de aviões de nova geração em breve. Por enquanto são sete jatos A350, da Airbus, já que os dois primeiros A320neo acabaram transferidos para a unidade chilena. Airway apurou, no entanto, que novas unidades serão recebidas mas da versão capaz de operar em pistas curtas e denominada “SHARP” (Short Airfield Package ou “pacote para pistas curtas” numa tradução livre).
A última das empresas brasileiras a receber uma aeronave avançada foi a Gol que apresentou seu primeiro Boeing 737 MAX 8 no final de agosto. A companhia já conta com dois exemplares, mas deve terminar o ano com seis jatos e receber uma média de uma nova aeronave a cada 40 dias até 2027. A encomenda total da Gol é enorme, são 135 aviões, 30 deles da nova versão MAX 10, a maior já criada para o 737, jato comercial mais vendido da história. Além de ser utilizado em rotas nacionais, o MAX motivou a empresa a retomar seus voos internacionais graças ao maior alcance e custo de operação 15% menor que o 737-800 NG.
Se a economia ainda cambaleante no Brasil não trouxer novas surpresas desagradáveis, a tendência é que a renovação das frotas se acentue nos próximos anos. Além dos já citados aviões, a Azul também lançará em 2019 o primeiro Embraer E195-E2, nova geração da família de jatos regionais brasileira. A companhia é a cliente lançadora do avião, com 51 unidades encomendadas.
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