Azul e Gol preparam união sob nova corporação, diz reportagem

Companhias aéreas estão próximas de anunciar um memorando de entendimento que pode levar a uma futura fusão
Jatos da Gol e Azul
Jatos da Gol e Azul (Alexandro Dias)

As conversas para que a Gol e a Azul, duas das maiores companhias aéreas do Brasil, caminhem para uma fusão evoluíram, segundo relatos de pessoas envolvidas com o assunto.

O próximo passo deverá ser dado em breve, quando as empresas pretendem anunciar um memorando de entendimento, revelou o jornal Valor Econômico.

A ideia é que elas passem a fazer parte de uma corporação sem um controlador definido. Hoje a Azul tem como principal sócio David Neeleman, empreendedor que também é dono da Breeze, dos EUA.

A Gol faz parte do Grupo Abra, que inclui a Avianca, da Colômbia, e também tem ações da espanhola Wamos, especializada em wet-leasing.

As ações das duas companhias aéreas fecharam em grande alta na quinta-feira, diante da expectativa do anúncio.

Aeronave foi entregue em 10 de dezembro

A Azul, que também enfrenta dificuldades financeiras, se aproximou dos dirigentes da Abra após a Gol entrar com um pedido de restruturação financeira nos EUA, o chamado Capítulo 11, em 25 de janeiro de 2024.

Desde então, a empresa negocia com seus credores e protocolou um plano de recuperação recentemente em que prevê a união de negócios com a Azul, mas sem determinar um modelo único.

Entre as opções estão a combinação estratégica com a Abra, uma joint venture, uma oferta de ações ou mesmo um pedido de falência da Gol.

Fusão criaria maior companhia aérea brasileira

A fusão de Gol e Azul criaria a maior companhia aérea brasileira, com 60% do mercado contra 39% da LATAM, hoje a líder em participação.

Com perfis de malha aérea diferentes, a Gol opera voos domésticos entre cidades maiores enquanto a Azul possui uma maior capilaridade graças à frota mais diversa.

Os aviões da Azul que estavam parados em Bauru, no interior de SP (Reprodução/redes sociais)

Em termos de aeronaves, no entanto, as duas não possuem quase sinergias. A Gol possui apenas o Boeing 737 como aeronave padrão, já a Azul voa de jatos Embraer a Airbus, de um e dois corredores. Além disso, há 40 turboélices ATR que cobrem rotas regionais.

Jutnas, elas teriam 325 aviões, mas certamente uma operação combinada significaria um enxugamento da frota.

A despeito dos ganhos com a potencial da união, resta saber se o Cade, a autoridade antitruste brasileira, aprovaria um eventual acordo, tamanha a concentração de mercado.

Para os passageiros, restariam praticamente duas opções para voos domésticos, prejudicando a competitividade e estimulando tarifas mais altas.

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