Antes focadas apenas em utilizar o espaço no porão de seus aviões de passageiros, a Azul e a Gol decidiram expandir sua atuação na carga aérea.
O motivo é o mesmo que ocorre em várias partes do mundo, o crescimento do e-commerce, que alavancou a demanda por transporte aéreo para entregas rápidas.
A Azul já atuava de forma relativamente discreta no segmento de cargas com a operação de dois Boeing 737-400F que entraram em serviço em 2018. No entanto, a empresa aérea fundada por David Neeleman resolveu realizar uma conversão rápida de alguns E-Jets para transporte de pequenas cargas.
Atualmente, ela tem três E195 “Preighter”, como a aeronave é chamada já que pode voltar a transportar passageiros com pequenas modificações.
Na semana passada, a gigante americana Amazon e a Azul fecharam um acordo para que a entrega de pacotes do e-commerce na região Norte do Brasil seja feita pelos aviões da companhia aérea.
Segundo a a Amazon, o tempo de entrega para entregas nas cidades de Manaus e Belém, as maiores da região, cairá para dois dias.
Garantia de carga em seus jatos
A Gol, que tem no braço Gollog sua divisão de cargas, está recebendo aeronaves Boeing 737-800BCF, convertidas para cargueiras. Dois dos seis aviões contratados já estão voando na empresa desde agosto e chamam a atenção por exibirem uma pintura em amarelo com a marca “Mercado Livre”.
A “versão sul-americana” da Amazon, fundada na Argentina, tem uma grande presença no Brasil, mas necessita de mais agilidade em seu serviço. Segundo Celso Ferrer, CEO da Gol, o Mercado Livre foi um parceiro sob medida para garantir escala na operação, e que também tem um interesse semelhante, o de tornar as entregas mais rápidas em regiões de menor infraestrutura.
As perspectivas para ambas têm sido das melhores a ponto de a Gol ter outros seis Boeing 737 cargueiros como opção de conversão e a Azul, planos de expandir sua frota de E-Jets de carga nos próximos anos.