Duas das maiores companhias aéreas do Brasil, a Azul e a Gol, anunciaram um acordo de codeshare que começará a vigorar no final de junho e envolverá apenas rotas domésticas onde elas voam sozinhas.
A cooperação comercial foi revelada no final da noite da quinta-feira, 24, com o mercado financeiro já encerrado e deve repercutir nas ações hoje.
Pelo acordo, as duas transportadoras também compartilharão seus programas de milhagem Azul Fidelidade e Smiles. Segundo elas, seus clientes terão acesso a mais de 150 destinos somando a rede de voos de ambas.
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“Esse acordo vai trazer enormes benefícios para os nossos clientes. Ambas as companhias têm uma história de desenvolvimento da aviação no Brasil, focadas na excelência no atendimento ao Cliente. Com a malha altamente conectada da Azul servindo a maioria das cidades no Brasil e a forte presença da GOL nos principais mercados brasileiros, nossas ofertas complementares vão oferecer aos Clientes a mais ampla gama de opções de viagem”, disse Abhi Shah, Presidente da Azul.
“A GOL e a Azul sempre estiveram comprometidas em expandir o mercado de aviação brasileiro. Este acordo de codeshare vai proporcionar aos Clientes acesso a ainda mais opções para viajar pelo nosso país. A GOL já oferece mais de 60 acordos comerciais diferentes com muitas companhias aéreas parceiras globais e estamos ansiosos para expandir esse benefício dentro do Brasil também”, disse Celso Ferrer, CEO da GOL.
A Gol tem uma rede de voos mais consolidada em grandes aeroportos enquanto a Azul, uma malha mais ampla e que inclui voos regionais. Ainda de acordo com as duas empresas, serão criadas mais de 2.700 oportunidades de viagens com apenas uma conexão.
União entre Azul e o Grupo Abra?
O codeshare surge em meio a rumores que colocam a Azul como uma potencial nova sócia do Grupo Abra, criado pela união da Avianca, da Colômbia, e a Gol, controlada pela família Constantino, com larga experiência no transporte terrestre.
Desde janeiro, quando pediu proteção judicial contra falência em um tribunal nos EUA, o Capítulo 11, a Gol tenta renegociar suas dívidas com credores, incluindo arrendadores de quase toda a sua frota de jatos Boeing 737.
Semanas atrás, a Azul planejava fazer uma oferta para assumir a concorrente, mas até o momento isso não ocorreu.
Segundo relatos no mercado, o cenário mais provável coloca a Azul como nova sócia do Grupo Abra, mas não está claro como seria a divisão acionária e a liderança na holding.
O codeshare entre Azul e Gol lembra um acordo semelhante feito entre a Latam e a própria Azul, iniciada em agosto de 2020 durante a pandemia do coronavírus, mas que foi encerrada em maio de 2021.
Na época, a empresa aérea fundada por David Neeleman pretendia adquirir a Latam, que também estava sob o Capítulo 11.
Pode até ser vantajoso para ambas mas não é uma boa notícia para quem costuma viajar pois, quanto menos empresas, maiores as chances dos preços aumentarem. Precisamos de mais empresas aéreas mas, como todos sabem, a carga tributária e trabalhista é, talvez, a mais perversa deste planeta. Não é fácil ter uma empresa neste país.
Não acredito em fusão! A gol deve 20 bilhões no mercado, mas oq não se fala na mídia é que a azul deve 24 bilhões, ou seja, quem investiria numa empresa que já nasceria com 44 bi em dívidas?