Azul posterga entrega dos jatos E195-E2 remanescentes para 2024

Companhia aérea afirma ter 59 unidades da aeronave da Embraer que seriam entregues entre 2020 e 2023
Novo voo da Azul de Curitiba para Montevidéu será operado com jatos Embraer E195-E2 (AeroportosBSB)
Jato E195-E2 da Azul: renovação da frota adiada por conta da pandemia (AeroportosBSB)

A Azul Linhas Aéreas antecipou o anúncio de um acordo com a Embraer para postergar a entrega de 59 aviões E195-E2. Os jatos, que deveriam ser recebidos entre 2020 e 2023, passarão a ser entregues a partir de 2024. A companhia aérea brasileira deve detalhar o anúncio em apresentação a investidores nesta quinta-feira, 14, mas adianta que ela faz parte de medidas para preservar seu negócio.

“A Azul entrou nessa crise como uma das companhias aéreas mais rentáveis ​​do mundo. Não há precedentes para o tamanho do impacto da pandemia na economia brasileira e global, e o momento de recuperação ainda permanece incerto. Esse acordo com a Embraer para adiar as próximas entregas de aeronaves começando em 2024 é um componente importante do nosso plano de recuperação, o que nos permite criar um caminho com liquidez para percorrer esta crise. Com esse suporte, somos capazes de garantir os recursos necessários para otimizar a companhia aérea que seremos no futuro”, disse John Rodgerson, CEO da Azul.

A Azul já recebeu cinco jatos E195-E2 até o momento, todos eles são alugados da empresa de leasing Aercap. No lista de pedidos pendentes da Embraer consta uma encomenda de 51 unidades a serem entregues. Em janeiro, Rodgerson havia dito que a empresa ampliaria seu pedido para 75 jatos, mas não explicou se eles seriam arrendados ou opções convertidas em pedidos firmes.

O postergamento revela uma mudança de estratégia na Azul que havia decidido acelerar a retirada de serviço dos modelos E195-E1, que foram negociados com a LOT e a nova companhia aérea de David Neeleman, a Breeze.

Com a redução brutal na demanda de passageiros, não está claro se a Azul manterá seus aviões maiores como o A320neo e o A321neo ou se preservará sua frota mais antiga e de capacidade mais alinhada à nova realidade.

Em abril, a companhia havia reduzido sua malha de voos em 90%, mas passou a restabelecer algumas menores nas últimas semanas e a realizar voos de carga emergenciais e de repatriação. Atualmente, a companhia aérea possui uma frota de 138 aviões.

A suspensão das entregas é mais um duro golpe para a Embraer que tem na Azul a maior cliente da nova família E2. Até o momento, a fabricante possui apenas 171 pedidos firmes dos jatos E190-E2 e E195-E2, um terço deles destinados à companhia aérea brasileira.

“Como resultado da crise sem precedentes no transporte aéreo em virtude do surto de COVID-19, alguns clientes solicitaram à Embraer a revisão do fluxo de entregas de aeronaves para se adaptar à nova realidade. Embora as mudanças afetem as entregas projetadas em 2020, não houve nenhum cancelamento. A aviação regional tem sido um elemento-chave para manter os serviços essenciais e a malha aérea durante a crise e já é possível observar algumas companhias aéreas retomando gradualmente os voos comerciais usando E-Jets. A Embraer continua a apoiar totalmente seus clientes e está confiante de que os E-Jets terão um papel essencial na recuperação do setor aéreo”, informou a Embraer.

Após um período de paralisação quase total, empresas aéreas clientes da Embraer estão retomando as atividades com os jatos brasileiros. Na Europa, KLM Cityhopper e Widerøe estão voando com seus modelos E1 e E2, assim como a Azul no Brasil. Os E-Jets também estão em operação na China (jatos E190 e E195 da Tianjiin Airlines) México (E190 da Aeroméxico Connect) e com a divisões regionais das grandes companhias dos EUA.

Emmbraer E195 da Azul: jatos mais antigos deveriam ser repassados para terceiros (Mario Roberto Durán Ortiz)

Veja também: Estreia da Azul em Nova York deve ficar para 2021

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