A Azul Linhas Aéreas estaria preparando uma oferta para tentar a assumir a rival Gol, que está em processo de concordata desde janeiro.
Segundo reportagens do jornal Valor e da Bloomberg, a companhia aérea fundada por David Neeleman contratou o Citigroup e a consultoria Guggenheim Partners para explorarem potenciais propostas aos acionistas da Gol.
Entre as opções estaria assumir 100% da companhia aérea em dificuldades, mas a Azul também avalia a hipótese de não levar o projeto à frente, segundo as fontes ouvidas.
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Durante a pandemia do coronavírus, tanto Gol quanto Azul evitaram uma concordata ao conseguir acordos com seus credores, mas a recuperação desde então tem sido lenta.
Contratos de leasing
A Gol, no entanto, viu suas finanças se deteriorarem a ponto de ter uma dívida estimada em mais de R$ 20 bilhões. Um dos pontos mais complicados diz respeito aos contratos de leasing de quase 140 aeronaves Boeing 737.
Muitos deles têm vencimento de curto prazo, obrigando à empresa aérea a buscar uma renegociação para não ter de devolvê-los.
Nesse cenário, a Gol decidiu entrar com um processo de restruturação financeira na Corte de Falências de Nova York, seguindo o “Capítulo 11”, em 25 de janeiro.
A legislação de falências dos Estados Unidos é considerada mais segura e inclui os contratos de arrendamento de aeronaves, proporcionando mais previsibilidade para o plano de recuperação.
Ainda assim alguns arrendadores como a AerCap poderão exigir a devolução de aviões a partir de 25 de março, quando vence o prazo para a Gol buscar uma renegociação dos contratos.
Oferta pela LATAM durante concordata
O interesse da Azul pela Gol não surpreende já que o mercado de aviação comercial é dominado pelas duas e pela LATAM Brasil, divisão do grupo chileno. Qualquer mudança na divisão tem um impacto enorme capaz de sufocar uma delas.
Na época em que estava sob o Capítulo 11, a LATAM também teve de evitar uma proposta agressiva da Azul, que acossou os acionistas e credores da empresa em busca de assumir suas operações.
No fim, o grupo sediado no Chile conseguiu aprovar um plano e deixou a concordata por suas próprias forças.
Além da Azul, a Gol também tem sofrido pressão da própria LATAM, que anunciou ter interesse em arrendar jatos Boeing 737, do qual não opera, um dia após a adesão ao Chapter 11.
As ações da Gol e da Azul tiveram alta nesta segunda-feira, 4 de março, após a publicação das reportagens. As empresas, no entanto, não comentaram o assunto.