A Azul Linhas Aéreas tem sido uma empresa que se diferencia de suas duas maiores rivais, a LATAM e a Gol, por investir numa extensa malha regional e em destinos ignorados por ela. Com 154 cidades atendidas, a companhia depende da sua subsidiária Azul Conecta para chegar a tantos lugares diferentes.
Semanas atrás, a empresa recebeu mais um Cessna Grand Caravan, aeronave monomotor que tem capacidade para até nove passageiros. No entanto, a Azul admitiu que está estudando operar um avião de maior capacidade, com até 19 assentos, como revelou um executivo da empresa em entrevista à AERO Magazine.
No Brasil, a aviação regional anda bastante carente de aeronaves entre 15 e 48 assentos, a partir de onde se encontra o ATR 42. Situação diferente do passado, quando o país era atendido por aeronaves como o EMB-110 Bandeirante, o EMB-120 Brasilia, ambos da Embraer, e mesmo outros modelos menos conhecidos.
A Azul admitiu enxergar potencial para operar um avião com 19 lugares em regiões com infraestrutura mais precária, sobretudo no Norte do país. Mas, afinal, quais aeronaves a companhia aérea poderia colocar em serviço?
Embora seja um mercado bastante restrito atualmente, os turboélices bimotores ainda persistem, como o Twin Otter 400, da VikingAir (DHC) ou o Let 410 NG, da Aircraft Industries, da República Tcheca. Mas é o novo SkyCourier, da Cessna, a grande novidade no segmento. Veja a seguir algumas características desses aviões:
Cessna 408 SkyCourier
O SkyCourier é uma espécie de irmão maior do Caravan, com uma proposta parecida que inclui uma configuração de asa alta, trem fixo e confiáveis motores PT6. A aeronave entrou em serviço em maio em sua versão cargueira com a FedEx, mas possui uma configuração para passageiros bastante interessante, com 19 assentos em fileiras de três poltronas e uma ampla cabine com 1,8 metro de altura.
A aeronave da Cessna tem boa autonomia, velocidade e é hoje a maior da categoria. Porém, precisa de pistas um pouco maiores de que seus concorrentes. Por outro lado, o SkyCourier possivelmente facilitaria sua operação por ter muito em comum com o Caravan.
VikingAir (DHC) Twin Otter 400
O veterano turboélice Twin Otter é conhecido pelo desempenho em pistas curtas e despreparadas. Utiliza os motores PT6 da Pratt & Whitney Canada além de ser bastante leve e versátil. Peca contra ele a cabine mais restrita, com apenas 1,5 metro de altura. A aeronave canadense também é a mais lenta e de menor alcance.
Aircraft Industries Let 410 NG
O Let 410, desenvolvido originalmente pela Let Kunovice, desde 2005 Aircraft Industries, é uma aeronave conhecida no Brasil por ter operado em algumas regionais anos atrás. A versão NG, no entanto, recebeu várias melhorias e equipamentos ocidentais como os motores GE H85-200, suíte de aviônicos Garmin 3000 e modificações no projeto como maior espaço para bagagem, nova asa e nariz mais longo.
O Let 410 NG possui maior autonomia que seus antecessores e uma velocidade de cruzeiro de 417 km/h. O teto de serviço, no entanto, é de apenas 6.100 metros, mas o turboélice é capaz de operar em pistas curtas e possui uma cabine bastante espaçosa.
Na medida para o ATL-100
Ainda na fase de projeto, o turboélice nacional ATL-100, da Desaer, também seria um possível candidato caso estivesse disponível a curto prazo. Mas a aeronave que será produzida em Araxá, Minas Gerais, ainda deve levar bastante tempo para chegar ao mercado.
Suas características o colocariam entre os melhores aviões disponíveis, com velocidade elevada, peso máximo de decolagem de 8.618 kg e alcance de 3.700 km, segundo dados preliminares.
Quem sabe no futuro, o ATL-100 não poderá assumir o papel de integração nacional do pioneiro Bandeirante?
Veja a ficha técnica dos três modelos citados:
Modelo | SkyCourier | Twin Otter | L 410 NG |
---|---|---|---|
Fabricante | Cessna | DHC (Viking Air) | Aircraft Industries |
Motor | PT6A-65SC | PT6A-34 | GE H85-200 |
Capacidade | até 19 passageiros | até 19 passageiros | até 19 passageiros |
Comprimento | 16,8 m | 15,77 m | 15,07 m |
Envergadura | 22,02 m | 19,8 m | 19,48 m |
Altura | 6,3 m | 5,94 m | 5,97 m |
Peso máximo de decolagem | 8.618 kg | 5.670 kg | 7.000 kg |
Distância de decolagem | 1.116 m | 454 m | 590 m |
Distância de pouso | 917 m | 460 m | 600 m |
Velocidade | 389 km/h | 337 km/h | 417 km/h |
Teto de serviço | 7.620 m | 7.620 m | 6.100 m |
Autonomia | 1.704 km | 1.435 km | 2.570 km |
Carga paga | 2.268 kg | 1.842 kg (185 km) | 2.300 kg |
Volume da cabine | 10,87 m³ | 17,9 m³ | |
Comprimento da cabine | 7,1 m | 5,61 m | |
Altura da cabine | 1,8 m | 1,5 m | 1,65 m |
Largura da cabine | 1,88 m | 1,75 m | 1,87 m |
Pessoal, está constando na tabela (ao fim da matéria) que o Sky é fabricado pela Embraer. No mais, sempre interessantes as matérias publicadas, continuem o bom trabalho. Um abraço.
QUEM ANTES DA PANDEMIA DESPREZOU A AVIAÇÃO REGIONAL FOI SEMPRE A LATAM , O GOL COMEÇOU JUAZEIRO DO NORTE ENTRE OUTROS DESTINOS , HOJE A LATAM VOA ATÉ PARA SINOP ONDE SOMENTE AZUL E GOL VOAVAM
Sky Courier é o melhor!
Nessas horas o velho Brasília faz uma falta…
Ressucita os Brasília!!!
qualquer um..menos o let ..neh
eu gostaria muito de ver o dornier operar aqui no Brasil… excelente aeronave.
o twin otter é um clássico desbravador de lugares inóspitos..ele chega e sai de onde muitos n se atrevem nem a sobrevoar..porém muito desconfortável..se o brasileiro reclamava do bandeirante…imagina do coitado e jurássico twin otter…mas a sua operação e imbatível..do Nepal a Patagônia..não tem pra ninguém..
So um detalhe, república Tcheca mudou seu nome a anos já, atualiza a matéria pro nome correto. Tchequia
Olá, José, tudo bem? Pois o governo da “Tchequia” ainda utiliza “República Tcheca”. Veja: https://www.vlada.cz/en/