A Azul Linhas Aéreas voltou a integrar a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) nesta segunda-feira, 4, após um hiato de mais de cinco anos.
Criada em 2012 para defender os interesses das companhias aéreas brasileiras, a ABEAR reúne hoje as empresas Abaeté, Boeing, Gol, Gollog, LATAM, LATAM Cargo, Rima, Sideral, Total Express e VoePass, além da própria Azul.
“O setor aéreo brasileiro tem diversos desafios únicos que debatemos como setor, sobretudo, a excessiva judicialização, a desvalorização cambial e o alto preço do QAV [querosene]. Acreditamos que, juntos, avançaremos mais rapidamente com as principais pautas que contribuirão para que a aviação comercial brasileira siga em crescimento”, disse John Rodgerson, CEO da Azul.
“O retorno da Azul ao quadro de empresas associadas é uma oportunidade para a construção de uma agenda de longo prazo que contemple medidas estruturantes para melhorar o ambiente de negócios do setor, aumentar a competitividade e democratizar o transporte aéreo no país”, afirmou Jurema Monteiro, presidente da ABEAR.
Saída em meio à disputa pelo espólio da Avianca Brasil/Ocean Air
A Azul deixou a ABEAR em 1º de maio de 2019 alegando que a empresa pretendia representar seus interesses de forma direta.
“Já somos um grupo com mais de 12 mil pessoas, temos o maior número de destinos e voos diários no país e temos um caminho de muito crescimento pela frente. Por isso, entendemos que nosso diálogo com a sociedade civil, autoridades, órgãos competentes e demais stakeholders deve ser feito diretamente pela companhia”, justificou Rodgerson na época.
Há pouco mais de cinco anos, a Azul disputava espaço com a Gol e a LATAM pelo espólio da Avianca Brasil que naquele período passada por uma recuperação judicial que acabou levando à sua falência.
A empresa aérea liderada por John Rodgerson queria adquirir os ativos da Avianca para ampliar sua presença em Congonhas, mas Gol e LATAM atravessaram o negócio.
“Elas (Gol e LATAM) vão quebrar uma empresa (Avianca) para evitar que a gente faça a ponte aérea”, reclamou o presidente da Azul ao jornal O Estado de São Paulo na época.
Cenário mudou
A situação atual da aviação comercial mudou bastante após tanto tempo. Há uma retomada do tráfego aéreo após a pandemia mas escassez de aviões. Apenas o querosene continua elevado, assim como o câmbio que piorou assim como os juros.
Antes em conflito, Azul e Gol ensaiam uma parceria cada vez maior que poderia evoluir até para uma sociedade.