A empresa turca Baykar, que produz o já famoso drone Bayraktar TB2, iniciou um processo para abrir uma fábrica na Ucrânia, de acordo com o embaixador ucraniano na Turquia, Vasyl Bodnar.
- Drone Bayraktar teria participado de ataque a cruzador russo
- Baykar lançará dois modelos ainda mais poderosos
- Ucranianos fazem música para o Bayraktar TB2
Em entrevista à agência de notícias RBC, Bodnar disse que o governo turco aprovou na semana passada um acordo bilateral, que ainda precisa ser ratificado pelo parlamento.
A Baykar já teria criado sua subsidiária na Ucrânia e até comprado o terreno para a planta, no entanto, o planejamento para essa fábrica será, no mínimo, complicado.
O CEO da Baykar, Haluk Bayraktar, disse uma vez que nunca venderia drones à Rússia, mas o presidente russo Vladimir Putin parece ter ignorado e teria pedido recentemente ao presidente turco Tayyip Erdogan um acordo com a Baykar.
Putin e Erdogan se encontraram na semana passada para debater parcerias comerciais e o conflito na Síria, onde os dois países combatem em lados opostos. A guerra na Ucrânia não foi um tópico discutido no encontro, mas Erdogan vem tentando atuar um mediador do conflito.
Também não há detalhes de como será possível construir uma fábrica de equipamentos militares na Ucrânia sem sofrer com ataques russos durante o processo.
Drone ganhou música
A fama do Bayraktar não é recente. A aeronave turca já havia sido decisiva em zonas de guerra em 2020. A própria Turquia utilizou o TB2 em ataques à Síria, assim como ele foi decisivo na guerra civil líbia e no conflito entre Azerbaijão e a Armênia.
A Ucrânia, por sua vez, recebeu o primeiro lote de TB2 em 2021, de cerca de 20 aeronaves. O drone é capaz de lançar até quatro mísseis guiados a laser que parecem ter sido eficientes contra comboios militares russos.
O TB2 até inspirou uma música com um videoclipe informal mostrando imagens dos sensores da aeronave realizando ataques contra veículos blindados na Rússia.
A aeronave produzida pela Baykar, avaliada em cerca de US$ 2 milhões, pode permanecer voando por até 27 horas num raio de ação de 300 km.
I am coming… #Bayraktar pic.twitter.com/8DDUlPKuJn
— Vasyl Bodnar (@VasylBodnar) August 9, 2022
A versatilidade desse tipo de aeronave é incrível, sem contar que as versões autônomas podem monitorar fronteira, florestas ou áreas oceânicas extensas praticamente sem nenhuma ação humana, equipes de apoio ou logística.
O Brasil deveria investir pesado na produção desse tipo de equipamento, tanto para uso interno quanto exportação. São equipamentos infinitamente mais baratos operacionalmente quando comparados a equipes convencionais de patrulha, maior permanência de tempo interrupto de vôo e ainda pode ser utilizado em pistas curtas que é algo fundamental em nosso país devido a nossas características territoriais.
Enfim, só temos a ganhar com o investimento nesta área. Veja o que hoje o Bayraktar TB2 é para a Turquia e seus clientes.
O Brasil deveria investir pesado no desenvolvimento e fabricação de drones voltados para vigilância e apoio aéreo.
O Bayraktar TB2 mostrou ao mundo que esse tipo de equipamento será fundamental para vigilância, apoio, defesa e ataque.
No caso do Brasil poderiam ser empregados em larga escala para vigilância de fronteiras, consumindo uma fração de dinheiro do que hoje é utilizado com aeronaves convencionais que em muitos casos não conseguem manter sua presença por longos períodos em regiões como nossa gigantesca fronteira seca ou mesmo a amazônia azul.