A Bell Helicopter, maior fabricante de helicópteros dos Estados Unidos, trouxe três importantes lançamentos para a Labace 2016, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, que possui a maior frota de aeronaves de asas rotativas do mundo. Os novos modelos são os 505 Jet Ranger X, 429 MAGnificient e o 407GXP, projetados para diferentes missões e capacidades.
O Jet Ranger X é o principal lançamento. A aeronave, recentemente certificada por órgãos aeronáuticos, é oferecida como uma solução mais eficiente em relação aos helicópteros com motores a combustão, por um preço ainda competitivo. O modelo é um dos raros casos no segmento de helicópteros leves impulsionado por uma turbina, no caso de 504 hp.
A Bell iniciou os teste com o Jet Ranger X em 2014 e o desenvolvimento foi concluído neste ano. Segundo o fabricante, o aparelho pode voar a velocidade máxima de 232 km/h e tem alcance de 650 km. O modelo ainda pode ser operado apenas por um piloto e transporta quatro passageiros. A aeronave é avaliada em US$ 1 milhão.
“Até pouco tempo, ainda havia um receio dos clientes em realizar voos sobre grandes cidades, como São Paulo, em helicópteros monoturbina. Hoje em dia a tecnologia está muito avançada e mesmo os modelos equipados apenas como um motor, como os novos Jet Ranger X e o 407 GXP, apresentam altos níveis de confiabilidade”, contou Javier Ortiz, vice-presidente da Bell Helicopter para a América Latina, em entrevista ao Airway.
Helicóptero “faz tudo”
O Bell 407, tradicional helicóptero da empresa, veio para a Labace na nova versão GXP, equipado com comandos de voo (aviônicos) de última geração. A suíte eletrônica atualizada não apenas os instrumentos, todos em telas digitais, como também aumenta a integração com outros sistemas da aeronave e melhora a comunicação externa da tripulação.
O modelo 407 GXP concorre na categoria dos helicópteros utilitários equipados apenas com um motor. São aeronaves que servem tanto para transporte executivo, como também serviços de ambulância aérea e operações em plataformas de petróleo. O aparelho apresentado em Congonhas possui uma turbina de 815 hp, suficiente para alcançar até de 260 km/h.
O helicóptero médio da Bell, lançado em 1995 e com mais de 1.000 unidades produzidas, pode voar com até cinco passageiros e tem autonomia de 600 km. A aeronave na nova versão GXP é avaliada em US$ 2,6 milhões.
Helicóptero top de linha
O helicóptero de maior destaque da Bell na feira é o modelo 439 Global Ranger na nova versão MAGnificient, com interior executivo de alto luxo para quatro ocupantes – a versão convencional leva até sete ocupantes. A cabine do aparelho em exposição foi desenvolvido pela empresa italiana Mecaer Aviation Group, homologada recentemente para voos e entrada no mercado. No Brasil, dois desses modelos já foram encomendados, revelou o vice-presidente da empresa.
O Global Ranger também é um helicóptero utilitário, mas bimotor – o modelo tem opções de turbinas de 625 hp ou 730 hp. A cabine de médio porte habilita a aeronave para diferentes funções, tanto civis como militares. Pode ser aplicado como ambulância aérea, com acesso de macas por uma porta traseira, ou em missões de busca e salvamento de longo alcance.
Segundo dados do fabricante, a aeronave pode voar a velocidade máxima de 287 km/h e tem alcance de 761 ou capacidade para permanecer voando por 4,5 horas. A versão básica do Bell 429 tem preço inicial de US$ 7,5 milhões.
Fábrica no Brasil
Apesar da crise econômica atual, o Brasil continua sendo um dos maiores mercados de helicópteros do mundo. Somente no estado de São Paulo, existem mais de 700 aeronaves desse tipo registradas. Com um cenário desses, por quê a Bell Helicopter não monta uma fábrica no Brasil, como fez a Airbus Helicopters com a Helibras?
“Essa possibilidade sempre esteve na mesa desde que o Brasil começou a despontar no mercado de helicópteros, assim como outros mercados de destaque. Mas para o momento, não existe nenhum trabalho em andamento na Bell para idealizar essa ideia”, contou Ortiz. A Bell possui três fábricas, duas localizadas nos Estados Unidos, e uma no Canadá.
“O mercado de helicópteros não parou com a crise. As conversas com clientes sempre continuam. Observamos que muitos decidiram esperar um momento econômico mais apropriado para finalizar a compra de uma nova aeronave. Mas já observamos sinais de que o mercado deve voltar a subir no Brasil até o final deste ano”, prevê o VP da Bell Helicopter.
Diário de bordo: Da abóbora ao Embraer Legacy 650