A Bell já havia antecipado que sua proposta para o programa FARA (Future Armed Reconnaissance Aircraft, ou futura aeronave armada de reconhecimento) do Exército dos EUA seria um helicóptero baseado no modelo civil 525 Relentless, e nesta quarta-feira (2) confirmou isso.
Com o 360 Invictus, a Bell planeja vencer a concorrência com um helicóptero de concepção convencional que empresta o mesmo rotor do Relentless, é equipado com asas para ajudar na sustentação em velocidades mais altas e um rotor de cauda carenado e inclinado – que lembra o Fenestron da Airbus.
“O Bell 360 proporcionará uma consciência situacional avançada no campo de batalha, além de opções letais, em apoio à força de manobra a um custo acessível”, disse Vince Tobin, vice-presidente executivo de negócios militares da Bell. “A luta por vários domínios será complexa e nossa equipe está fornecendo uma solução altamente capaz e de baixo risco para atender com confiança aos requisitos operacionais com uma frota sustentável”.
Com quatro pás, o sistema de rotor do Invictus utiliza a mesma tecnologia totalmente articulada que a Bell testa no helicóptero comercial de 19 lugares, mas nesse caso com diâmetro menor, de 12,2 metros, exigido pelo Exército para seja possível manobrar em espaços urbanos.
O objetivo da Bell é encurtar o período de desenvolvimento assim como reduzir custos. Seus concorrentes têm investido em tecnologias avançadas como rotores coaxiais e tilt-rotor, mas no caso da Sikorsky, já testa seu protótipo S-97 Raider há vários anos.
A Bell pretende fazer o 360 Invictus decolar pela primeira vez em 2022 e afirma que o helicóptero será capaz de voar acima de 185 nós (342 km/h), pouco mais do que o exigido pelo contrato. O raio de combate da aeronave é de 135 milhas náuticas (250 km), equipada com um canhão de 20 mm e suportes internos para mísseis.
Para reduzir a carga de trabalho do piloto, o Invictus será equipado com um sistema de controle fly-by-wire que no futuro poderá oferecer um voo autônomo.
O Exército dos EUA tem pressa: com a aposentadoria dos velhos OH-58D Kiowa, a força ficou sem um autêntico helicóptero de reconhecimento e utiliza atualmente o AH-64 Apache de forma provisória. A meta é que o novo helicóptero esteja pronto até 2028 e para isso promoverá uma competição até 2023 entre as cinco empresas escolhidas, a Sikorsky, Boeing, AVX, Karem e a Bell.
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