Boeing 727 realiza seu último voo de passageiros

Companhia aérea Iran Aseman Airlines era a única no mundo a operar o trirreator que voou pela última vez no domingo, 13
Boeing 727-200 da iraniana Aseman Airlines: último voo regular de passageiros…por enquanto (Aeroprints.com/Wikimedia)
Boeing 727-200 da iraniana Aseman Airlines: último voo regular de passageiros…por enquanto (Aeroprints.com/Wikimedia)

Quase 55 anos após realizar seu primeiro voo comercial com a extinta companhia aérea Eastern Airlines, o famoso Boeing 727 decolou para seu último voo comercial com passageiros no domingo, 13 de janeiro.

A companhia aérea responsável por esse “feito” foi a Aseman Airlines, do Irã, única no mundo a utilizar o antigo avião para transportar passageiros, mas que oficialmente não confirmou essa informação – em vez disso, um jornalista iraniano divulgou o fato pelo Twitter.

Dona de uma frota envelhecida e considerada insegura, a Aseman perdeu um ATR-72 num acidente no ano passado. A companhia aérea, que é banida pela União Europeia, havia revelado o interesse em adquirir 30 jatos Boeing 737 MAX, porém, os embargos impostos pelo governo Trump impedem que isso ocorra, o que a obriga a manter aviões desprezados em outros países como o Fokker 100, do qual ainda possui 20 unidades.

Boeing 727 completes its last passenger flight

Apesar disso, a Aseman decidiu finalmente aposentar seu último 727, da versão -200 Advanced, com 38 anos de idade e que havia sido encomendado originalmente pela Air France em 1980.

Com motores turbofans ultrapassados, o 727 é um jato que deixou de voar em países mais desenvolvidos há muitos anos. Além de consumir muito combustível, o trirreator é extremamente barulhento, o que impede que seja utilizado em muitos aeroportos. Mesmo assim existem hoje ao menos 50 aeronaves em uso, atuando como cargueiros, transporte militar ou em versões VIP – com exceção dos três exemplares da Aseman.

O 727 foi o pontapé inicial da Boeing na criação de uma família de jatos (Boeing)
O 727 em 1963 durante sua apresentação ao público (Boeing)

Sucesso de vendas

O 727 foi o segundo jato comercial da Boeing, após o bem sucedido quadrimotor 707. Ele foi projetado para ser um avião para rotas curtas e médias capaz de atender as necessidades de várias companhias aéreas dos EUA. A primeira versão, 727-100, estreou em 1964 com boa aceitação, mas foi em 1967 que a Boeing introduziu o 727-200, mais longo e eficiente modelo do jato – e que teve seis unidades usadas pela Vasp no Brasil.

Com três motores instalados na cauda e belas asas e estabilizadores enflechados, 727 virou o maior sucesso da Boeing por muitos anos, com mais de 1.800 aviões vendidos, marco que só foi superado pelo 737 no começo da década de 90. No Brasil foi usado pela Varig, Cruzeiro do Sul e Transbrasil, além da já citada Vasp e outras pequenas companhias aéreas.

Quanto aos 727 da Aseman, nunca é demais lembrar que os embargos americanos podem obrigar a companhia aérea iraniana a voltar a tirar o velho trirreator da aposentadoria novamente caso precise de aviões.

Boeing 727-200 da Vasp: trirreator foi popular no Brasil (Pedro Aragão/Wikimedia)

Veja mais: Conheça os maiores aviões trijatos do mundo

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  1. Barulhento por fora, uma maravilha para Pax.

    Aquela escada inferior quase na cauda era o segredo para um embarque tranquilo.

  2. O Boeing 727/ 200 foi o primeiro avião em que voei, em 1986, pela extinta Transbrasil. Tinha uma terceira porta conjugada com escada, próximo à cauda. E, pela última vez em 727, voei em 2001, da Companhia de vôos charter VIA BRASIL (ela só tinha 1 aeronave, pode?).

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