Uma carta da Federal Aviation Administration (FAA) para a Boeing revelada pelo jornal The Seattle Times traz à tona novas dificuldades para a fabricante em relação à certificação do 737 MAX 10, maior variante do seu jato comercial mais popular.
No comunicado, atribuído ao funcionário Ian Won, a agência solicita à Boeing um cronograma atualizado e realístico sobre a evolução dos testes para certificar o novo avião.
“No que diz respeito à atual maturidade do programa Boeing 737-10, a FAA está preocupada que será significativamente desafiada a cumprir a diretiva”, disse Won, se referindo a uma nova lei aprovada no Congresso dos EUA que reformou o processo de certificação de aeronaves no país após os problemas apresentados pelo 737 MAX.
A lei estabelece que a partir de dezembro deste ano as aeronaves em desenvolvimento deverão seguir o novo padrão de certificação, mais detalhado, o que pode atrasar ainda mais os programas de jatos comerciais da Boeing.
Temendo mais problemas, a fabricante tem feito pressão para que o 737 MAX 10 não seja adicionado ao novo processo alegando que um atraso poderá causar prejuízos e demissões em suas fábricas.
Boeing 777-9 também preocupa
Além da nova versão do 737, a Boeing também passa por dificuldades em aprovar a volta das entregas do 787 Dreamliner. Mas é o imenso 777X que causa mais preocupação.
Maior jato bimotor de passageiros do mundo, o 777-9 está numa campanha de certificação intensa com objetivo de ser aprovado até o final de 2023. Mas o FAA também se mostrou cético quanto à cronograma proposta pela Boeing, considerados por ela “outdated and no longer reflect the program activities”, segundo a Reuters.
A Boeing planeja entregar os primeiros 777-9 para a Lufthansa e Emirates a fim de iniciar o serviço comercial em 2024.