A Boeing anunciou nesta quinta-feira (3) a primeira encomenda significativa do 737 MAX após 20 meses em que o jato foi proibido de voar por conta de dois acidentes fatais. A Ryanair, uma das maiores companhias aéreas de baixo custo do mundo, decidiu ampliar sua encomenda original com mais 75 aviões que faziam parte das opções de compra.
A Ryanair possuía um acordo firme para 135 unidades do 737 MAX 8 (que ela batizou de MAX 8-200) e agora soma um total de 210 aeronaves, que são configuradas para levar 197 passageiros. Ela estava prestes a receber os primeiros aviões quando as autoridades de aviação mundiais decidiram banir o jato por conta de suspeitas de erros em seu projeto.
A nova encomenda, no entanto, deve ter sido fechada com enormes descontos, segundo analistas do setor. Para a Boeing, o anúncio serve para reforçar a segurança na aeronave, que voltou a ser liberada para operação comercial pela FAA, dos EUA, e também pela agência brasileira de aviação civil (ANAC). A EASA, a autoridade europeia, pretende aprovar o retorno do 737 MAX apenas em janeiro.
“A Ryanair e seus funcionários estão confiantes de que nossos clientes vão adorar essas novas aeronaves. Os passageiros vão desfrutar dos novos interiores, espaço para as pernas mais generoso, menor consumo de combustível e desempenho de ruído mais silencioso. E, acima de tudo, nossos clientes vão adorar as tarifas mais baixas, que estas aeronaves permitirão à Ryanair oferecer a partir de 2021 e durante a próxima década, à medida que a Ryanair lidera a recuperação das indústrias de aviação e turismo na Europa”, disse o CEO do grupo Ryanair, Michael O’Leary.
O executivo tem sido um grande defensor do modelo da Boeing. Em recente entrevista à Forbes, o executivo afirmou que a fabricante dos EUA tem oferecido preços mais competitivos que a Airbus, embora reconheça a força do A320. Ao contrário de outras empresas, que passaram a ver o MAX com desconfiança, O’Leary considera o jato o “mais auditado e questionado” do mercado e por isso uma fabulosa aeronave.
Sinal dessa confiança é que a Ryanair pretende receber 30 Boeing 737 MAX apenas na primeira metade de 2021, apostando no menor custo de operação e maior alcance do avião.
Voos de teste
Após a aprovação da FAA, as clientes do 737 MAX passaram a se movimentar para tirar suas aeronaves do armazenamento. A companhia aérea mais adiantada nesse sentido é a American Airlines, que realizou voos de familiarização com alguns aviões levando funcionários a bordo nesta semana. A companhia aérea dos EUA pretende reestrear o MAX no dia 29 de dezembro.
Outro sinal de que o modelo mais vendido da Boeing superou a difícil fase de aterramento é que a agência de aviação civil dos EUA emitiu a primeira certificação individual de um 737 MAX novo nos últimos dias.
O trabalho, que era feito pela própria Boeing anteriormente, passou a ser de responsabilidade da FAA, que fará a liberação individual dos mais de 400 jatos produzidos e estocados desde março de 2019.
Veja também: Gol faz voo técnico com o 737 MAX após liberação pela ANAC
Apenas “suspeitas” de erros no projeto não causariam o grounding do 737 MAX por mais de 20 meses em todo o mundo!! Foram graves erros de projeto (sensores sem redundância), omissão de funcionalidades criticas (MCAS) que geram os pilotos não saberem como reagir em tal situação e falta de supervisão das agências reguladoras (ou até interferência da Boeing na ação das agencias!!
Corrigam isso e não tentem minimizar o fato!!
Então, especialista de teclado, vá lá, assuma o comando das agências e faça as correções que você acha necessário para a liberação da aeronave.
Dario Lemos, os funcionários da Boeing estavam montado o avião 737 sabendo dos seus graves problemas, teve que cair dois em pouco tempo de um para o outro, para considerar que a coisa era séria, a Natale escreveu só a verdade, pois a Boeing estava mais preocupado com a concorrência com a Airbus e não com a segurança do avião.
Pois é, Vildomar, o A320 também teve sérios problemas quando tiveram 4 ou 5 acidentes decorridos após a sua entrada em serviço, sendo um deles com o piloto oficial de testes, que acabou como bode expiatório dos gravíssimos problemas dos sistemas de controle de vôo mas a sorte da fabricante européia é que não havia essa histeria coletiva das redes sociais ,em sua grande maioria, composta por pessoas que desconhecem o assunto. Que a Boeing errou, não há a menor dúvida, mas “atire a primeira pedra quem nunca fez isso”. Não se esqueça que um acidente não decorre de somente um mas de uma série de eventos e a fabricante norte-americana, talvez do alto da arrogância de seus executivos, deveriam ter sido mais cuidadosos mas isso serviu de lição para a Boeing que sairá mais fortalecida com esse episódio. Também não se esqueça que houve milhares de vôos sem incidentes antes das duas fatalidades.