Boeing 737 MAX perto de ser liberado para voar na Europa

Chefão da EASA, a agência de aviação civil europeia, afirmou que a aeronave receberá autorização para voltar a operar na semana que vem
Boeing 737 Max da Turkish Airlines (Anna Zvereva)

A EASA, autoridade de aviação civil da Europa, deve reemitir a diretiva de aeronavegabilidade do 737 MAX na semana que vem, afirmou seu diretor executivo, Patrick Ky. Ao contrário dos EUA e outros países como o Brasil, Canadá e México, a agência europeia exigiu mais tempo para analisar as mudanças efetuadas pela Boeing no jato.

Segundo Ky, a EASA condiciou a recertificação ao total entendimento das causas que levaram aos dois acidentes, que os fatores que contribuíram para isso tenham sido resolvidos, que componentes críticos de segurança sejam aprovados por ela e que os pilotos tenham sido treinados adequadamente sobre os novos procedimentos.“Temos certeza de que esses quatro pré-requisitos foram atendidos”, afirmou à imprensa nesta terça-feira (19). Uma das diferenças na autorização europeia é que os pilotos possam desabilitar o alerta do MCAS caso tenham identificado a razão de uma falha no sensor de ângulo de ataque (AOA).

Como se descobriu nas investigações dos acidentes, uma falha na leitura realizada pelo sistema MCAS (Sistema de Aumento de Características de Manobra) fez com que o 737 MAX aumentasse seu ângulo de ataque sem que os pilotos pudessem corrigir o comportamento errático, causando estol e a queda do avião.

Por outro lado, a EASA desistiu de exigir a instalação de um terceiro sensor de AOA após consultar a Boeing e a FAA, a agência de aviação civil dos EUA. O 737 MAX possuía apenas um equipamento e agora passou a contar com um segundo sensor para sanar dúvidas, mas a agência europeia considerou um terceiro equipamento como forma de dirimir as dúvidas.

No entanto, a Boeing convenceu a EASA que instalar mais um sensor seria algo difícil e em vez disso se propôs a desenvolver um sensor sintético que fará o cálculo do ângulo de ataque em caso de leituras diferentes entre as duas sondas externas. Esse novo software deve estrear em 2022 a bordo do primeiro 737 MAX 10, maior variante do jato.

Entre as companhias europeias que operam o 737 MAX estão a Icelandair (6 aeronaves), LOT (5), Norwegian Air (18), TUI (15), Smartwings (7) e Turkish Airlines (12).

A grande cliente do 737 MAX na Europa será a Ryanair, uma das maiores low-cost do mundo e que estava prestes a receber seus primeiros aviões pouco antes do aterramento, em 2019. A companhia aérea irlandesa possui 210 pedidos firmes do 737 MAX 8-200, variante de alta densidade do jato.

A EASA afirmou que está preparando a certificação dessa versão, o que deve permitir que a Ryanair comece a voar com o 737 MAX no verão europeu.

A Ryanair é um dos maiores clientes do 737 do mundo e tem 210 unidades encomendadas do MAX (Ryanair)

Veja também: American Airlines reinicia voos com o 737 MAX

 

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