O Boeing 747-400 da Virgin Orbit concluiu nesse domingo (13/4) o último teste de voo nos céus do deserto de Mojave antes de iniciar sua carreira como lançador de foguetes espaciais. A aeronave, apelidada de “Cosmic Girl”, realizou uma manobra de subida brusca e simulou o momento do lançamento em voo do foguete LaucherOne proposto pelo empreendimento espacial de Richard Branson.
Apesar do sucesso do voo, a Virgin Orbit não faz novas estimativas sobre o primeiro lançamento, antes previsto para o começo de 2020. O motivo é o coronavírus, que fez com que sua equipe fosse dispensada do trabalho e permanecesse em casa recebendo seu salário integral. Ao mesmo tempo, empresa anunciou que está fabricando ventiladores para ajudar no combate à pandemia.
A empresa trabalha atualmente nos detalhes finais do LaucherOne, o foguete que será transportado pelo 747 e lançado em voo – a Virgin chama o conjunto avião-foguete de “MegaZord”. No começo de abril, a divisão do grupo Virgin selecionou o aeroporto de Oita, no Japão, para ser sua base de operações, embora o aparato de lançamento possa ser transportado para diferentes partes do mundo.
Como se sabe, lançar foguetes para o espaço custa muito dinheiro. Buscando um meio termo nesse mercado e usando a técnica de lançamentos em voo com o 747, a Virgin Orbit promete colocar objetos de até 300 kg em órbita, como pequenos satélites, a preços mais acessíveis. Cada lançamento deverá custar entre US$ 10 milhões e US$ 12 milhões.
Beautiful pull-up maneuver today! pic.twitter.com/aG8j7wKR7c
— Virgin Orbit (@Virgin_Orbit) April 12, 2020
O LaucherOne é projetado para ser liberado da aeronave a cerca de 35.000 pés de altitude. O processo lembra o lançamento de um míssil: o artefato com 16 metros de comprimento é separado do 747 e logo em seguida aciona seus motores. Como não precisa sair do chão a velocidade zero, o veículo espacial da Virgin não precisa de tanto combustível para alcançar o espaço, além de não exigir bases terrestres de lançamento.
O foguete da Virgin possui dois estágios de propulsão. A primeira fase usa um motor de 75.000 libras de empuxo por cerca de três minutos. Após a separação, o módulo final completa a subida com um motor de 5.000 libras. De acordo com “companhia espacial”, cada missão deve durar menos de 10 minutos.
A Virgin Orbit é o segundo empreendimento espacial criado por Richard Branson, depois da empresa de turismo espacial Virgin Galactic.
Primeiro cliente é militar
Recentemente, a VOX Space, uma subsidiária da Virgin dedicada a lançamentos espaciais governamentais, conseguiu um valioso contrato com a “Força Espacial” dos EUA.
O contrato da Força Espacial consiste em três lançamentos e está avaliado em US$ 35 milhões. Essas missão farão parte do Programa de Teste Espacial do Departamento de Defesa dos Estados Unidos-S28, que é um conjunto de veículos espaciais demonstradores para baixa órbita terrestre. O primeiro lançamento está programado para outubro de 2021.
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