Lançado em 2014 numa parceria entre a Rússia e a China, o widebody CR929 segue em desenvolvimento, porém, está sendo reprojetado para não depender de componentes ocidentais, afirmou Denis Manturov, Ministro do Comércio e Indústria russo na semana passada.
A aeronave que será equivalente ao Airbus A330 e o Boeing 777 passou um período de dificuldades em que chineses e russos pareciam não se entender, mas declarações em ambos os países reforçaram o interesse em levar o projeto adiante.
Em 17 de junho, Manturov afirmou que o “CR929 está em andamento. Mas levando em conta os novos insumos, de acordo com as restrições que existem hoje em termos de cooperação, que foi formada por parceiros chineses com o envolvimento de fabricantes ocidentais, isso agora é impossível, então você terá que gastar tempo reestruturando abordagens usando apenas fabricantes russos e chineses”.
Na China, a imprensa tem dito que o CR929 não só não está atrasado como tem alguns processos adiantados, como o que envolve o projeto das asas em material composto. Segundo relatos, a fuselagem do jato comercial de corredor duplo teve a produção iniciada em setembro enquanto parte das asas começaram a ser produzidas em novembro.
Russos e chineses também têm celebrado os testes com o turbofan PD-35, o maior já desenvolvido na Rússia. Se antes das sanções, GE e Rolls-Royce disputavam a primazia de fornecer os motores do CR929 agora essa tarefa caberá à UEC-Aviadvigatel.
Já empresas como a Honeywell, que forneceria os aviônicos, e Liebherr, responsável pelo trem de pouso, devem ser substituídas por fabricantes como a Hydromash e KRET.
Apesar do otimismo, as dificuldades pelas quais passam os programas MC-21 (UAC) e C919 (COMAC) revelam como o projeto de um jato comercial avançado por custar tempo e dinheiro. O que dirá então um widebody, categoria em que apenas Boeing e Airbus atuam no mercado global atualmente.
E quem vai voar nesses aviões? Quem vai comprar para além dos russos?