Boeing 777X completou quatro meses sem voar à espera de solução para problema estrutural

Quatro aeronaves de testes foram aterradas em agosto após Boeing descobrir danos nas estruturas de fixação turbofans
O Boeing 777-9
O Boeing 777-9 (Lufthansa)

Desde o dia 15 de agosto, a frota de testes do jato widebody Boeing 777-9 está parada após a fabricante encontrar rachaduras nas estruturas que suportam os motores de um dos quatro aviões.

Nesses quatro meses, no entanto, pouco se soube sobre a resolução do problema.

Dias atrás, o protótipo WH004 (N779XZ) foi visto recebendo novos ‘links de empuxo’, um indício que em breve os jatos poderão voltar ao programa de testes para certificação.

A General Electric, fabricante do imenso turbofan GE9X que equipa exclusivamente a série 777X, não é a responsável pela peça que apresentou problemas, mas acaba influenciada pelo atraso no cronograma.

Em uma carta a investidores, a GE afirmou que espera que as entregas do motor para a Boeing cresçam em 2025.

A fabricante de aviões, por sua vez, planeja obter a certificação de tipo no final de 2025 e iniciar entregas em 2026.

Um dos 777-9 da Emirates na linha de montagem da Boeing
Um dos 777-9 da Emirates na linha de montagem da Boeing (Emirates)

Opção para lugar do Boeing 747 e Airbus A380

Com capacidade para cerca de 430 passageiros em duas classes, o 777-9 é visto como uma alternativa de algumas companhias aéreas para assumir rotas de longa distância com grande demanda.

Trata-se de um papel feito anteriormente pelos grandes quadrimotores como o Boeing 747 e o Airbus A380, mas cujos custos operacionais são perto de proibitivos.

A escassez de aeronaves mais eficientes, no entanto, tem obrigado algumas transportadoras a resgatar parte da frota de A380 – o Jumbo ainda voa com passageiros em poucas rotas.

O atraso na entrada em serviço do 777-9, a maior das versões(há ainda o 777-8 de autonomia maior e o cargueiro 777-8X), tem feito a Boeing armazenar várias aeronaves em Paine Field Airport.

Uma imagem recentemente compartilhada numa rede social mostra cerca de 18 Boeing 777-9 estacionados sem pintura e motores.

Segundo a Boeing, até novembro havia 481 pedidos pendentes do widebody.

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